Entrar para a história de um clube é colocar uma foto na parede. A analogia é comum no meio do futebol. Seja com uma boa campanha, um time marcante na memória dos torcedores ou, de preferência, um título. No Blumenau Esporte Clube não é diferente. A história do time, que faz aniversário nesta quarta-feira, começou há 98 anos, com a fundação do Brasil Football Club. Em 1936, virou Recreativo Brasil. Em 1944, pós-Segunda Guerra, a proibição de nomes de nações para entidades esportivas deu origem ao Palmeiras que, em 1980, abriu espaço para o BEC, na forma do tricolor branco, verde e vermelho até hoje cantado por torcedores como o mais querido do Estado.
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Ao longo desse quase um século, o clube teve conquistas e construiu muitas memórias dessas que vão parar em fotos nas paredes e estantes de troféus. O legado hoje é organizado pela Associação Amigos do BEC, criada em 2008 não como uma torcida organizada, mas como um grupo que busca manter viva a história do tricolor da Alameda. Para comemorar os 98 anos do clube, a associação organizou a exposição “Brasil, Palmeiras, Blumenau 98 anos, Nossa história continua”, que será aberta nesta quarta-feira, às 20h, no terceiro piso do Shopping Neumarkt, no Centro. As cerca de 100 peças, entre fotos, camisas e troféus, ficam expostas até o dia 30.
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Em 2007 e 2008, o torcedor-símbolo Antônio Rocha e o ex-atleta Francisco Castão, o Chicão, artilheiro do tricolor entre as décadas de 1980 e 1990, receberam comendas da Associação Amigos do BEC. Nesta noite, outros dois torcedores do Tricolor devem ser homenageados, assim como o ex-ponta-esquerda do time Albano Weiss, já falecido, que jogou pelo Palmeiras entre 1954 e 1963.
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— As histórias dele fizeram muita gente torcer pelo clube e isso se confunde com muitos relatos que ouvimos por aí, de pessoas que torcem para o BEC porque o pai ou o tio jogaram no Palmeiras ou nas categorias de base. Tudo está voltado a esse legado. Muitos dos que estão aí hoje não estão só por causa do time agora, mas sim por toda essa história de 98 anos — conta o diretor de Marketing da associação, Neilor José Hostins.
O Blumenau de volta a campo
Depois de mais de uma década sem ver o time em campo, a torcida do BEC voltou a se unir em torno do Blumenau Esporte Clube. Se no papel o clube é outro, no coração da torcida bequiana não há espaço para diferenças de CNPJ. O time voltou para disputar a Série C do Campeonato Catarinense, já venceu o primeiro turno e pode conquistar o título direto e o acesso à segunda divisão do Estadual para 2018. Para a última partida do returno, contra o Caçador, no domingo, a torcida prepara uma preliminar sub-11, outra feminina, um risoto ao meio-dia e um jogo entre o Master do BEC e um combinado dos Amigos do BEC/Palmeirinhas.
Uma festa de quem valoriza a tradição e a história construída pelo clube, mas que espera mesmo é que o troféu da terceira divisão do Catarinense seja a mais nova conquista da coleção de 98 anos do tricolor.
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— Tem sido um sonho, o nosso melhor momento desde a derrubada do Estádio Aderbal Ramos da Silva, em 2007. A gente fica imaginando os dois anos que tem pela frente e pensando em um centenário com uma participação na Série A do Catarinense, mas mais importante do que é isso é continuar o trabalho para mostrar que a história do BEC está mais viva do que nunca — pontua.