Dizem por aí que o Campeonato Catarinense é mais equilibrado do que a Premier League. Há um exagero, mas é um Estadual que o consumidor curte e aprova. E quem é boleiro e vive (infelizmente) fora de Santa Catarina, acompanha e se interessa.

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A fórmula é simples. Não chega a ser perfeita (ainda tem jogo demais), mas se beneficia pelo fato de que, com dez participantes, cinco são clubes grandes e com tradição.

De 2012 para cá Avaí e Criciúma ganharam um título cada. O Figueirense levantou três taças. E a Chapecoense, duas. A fila maior é do Joinville. Campeão 12 vezes (é o terceiro maior vencedor), o JEC não fatura o caneco desde 2001.

Talvez com uma fórmula mais direta esse equilíbrio rendesse mais dinheiro aos clubes. Com cinco grandes e cinco pequenos, o torcedor se concentra em ver os clássicos.

Como são dois turnos (ida e volta), a fase inicial tem vários duelos de grife. E é para eles que o público se direciona.

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São 18 jogos na primeira etapa – é muita coisa. Agora, teremos as duas semifinais em jogo único. Em seguida, a finalíssima, também isolada, sem direito à ida e volta.

Em resumo: o melhor acaba logo. O menos atrativo leva três meses.

Mas assim mesmo é um regulamento melhor do que o do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

A graça mesmo é o equilíbrio. O Avaí foi o melhor na fase inicial e enfrenta o Criciúma, na Ressacada. Na outra semifinal, na Arena Condá, Chapecoense x Figueirense.

As colocações da primeira parte não garantem favoritismo para ninguém. É tudo muito parelho, igual e justo.

O Catarinão merecia mais atração do torcedor brasileiro. Tem paixão, emoção e um quesito chamado surpresa que faz muita diferença.

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Não sei você, mas enquanto eu estiver domingo, no Nílton Santos, para comentar Vasco x Flamengo, vez em quando vou dar uma conferida para saber dos rumos das semifinais do Catarinão.

Se você, caro vizinho, não se interessa, azar o seu. Não sabe o que está perdendo.

*Lédio Carmona é comentarista de futebol do Grupo Globo.