Aos 31 minutos do segundo tempo de Inter x Chivas, na decisão da Libertadores, Leandro Damião antecipou-se a uma bola adversária e deu uma arrancada de 51m até disparar com violência contra o goleiro adversário. Mais do que o gol da virada colorada, o feito serviu de afirmação para o centroavante colorado de 21 anos. A partir daquele momento, deixava de ser promessa e se transformava em afirmação. Agora, sonha repetir a proeza no Mundial.
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– Não sinto mais tanta pressão de ir ao Mundial. Estou sabendo controlar a ansiedade, mas vou fazer o máximo a cada treino, sabendo que não vou ser titular – conta Damião.
– Artilheiro tem nome de santo
O atacante colorado tem nome sagrado. Damião é conhecido como Santo dos Pobres. Por coincidência, Leandro vem de infância humilde. Criado numa favela paulista, jogava campeonato na várzea e ganhava R$ 30 por partida. Na soma, dava uns R$ 400 mensais.
– Andava de chinelinho, bermuda e camiseta rasgada. Nas partidas, era meião sem caneleira e a mesma chuteira. Com essa grana eu levava minha esposa, Nádia, ao cinema – complementa.
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Na dificuldade da vida, ganhou forças para ser jogador futebol profissional. Aos 18 anos, sozinho, jogou tudo para cima e deixou a várzea rumo a Santa Catarina, onde atuou no Atlético de Ibirama:
– Passei por vários momentos complicados. Dormia ao lado de ratos e morcegos no casarão que era o alojamento do Ibirama. Tirava força da dificuldade.
– A vida em cada treino
Os gols em solo catarinense atraíram a atenção do Inter. E o atacante assinou um contrato de três meses para tentar mostrar serviço no Colorado.
– Nesses três meses, dava a vida em cada treinamento – comenta.
Deu certo, e Damião se tornou destaque do time B do Internacional, que iniciou o Gauchão de 2010. Logo na estreia, marcou dois gols na vitória de 4 a 2 sobre o Ypiranga.
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Criado na várzea, Damião não passou por categorias de base de nenhum clube. No Inter, intensificou treinos de fundamentos.
– Desde os sete anos, jogava na rua ou em campos. A categoria de base seria boa para mim, mas não precisei. Evoluí muito desde que cheguei ao Inter – opina.
– O bigodão
Contra o Grêmio Prudente, no primeiro turno do Brasileirão, Leandro Damião marcou um gol de cabeça. Na comemoração, homenageou o pai, seu Natalino, ao colocar um bigode no rosto.
– Foi mais emocionante do que o gol pela Libertadores. Foi demais. Estava com a família toda em São Paulo, e os quatro irmãos ficaram chorando. Nada nesse mundo paga isso – conta, emocionado, Natalino.
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Conheça mais do ídolo
– Nome: Leandro Damião da Silva dos Santos
– Data e local de nascimento: 22/7/1989, em Jardim Alegre (PR)
– Comida preferida: lasanha
– Filme preferido: Jogos Mortais
– Último filme que viu: Harry Potter e as Relíquias da Morte
– Jogo inesquecível: final da Libertadores, contra o Chivas Guadalajara
– Onde passa férias: Em São Paulo, com familiares
– Ídolo no futebol: Ronaldo
– Se não jogasse futebol? “Estudaria Educação Física.”
– Grau de escolaridade: ensino médio
– Música preferida: pagode