A história de Rudinei Ribeiro do Prado, o Derru, no mundo do crime, se confunde com a do Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
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Ele é um dos fundadores da facção. A iniciativa fez o traficante de uma pequena comunidade da região continental de Florianópolis ganhar notoriedade no sistema prisional e ser considerado um dos bandidos mais perigosos do Estado.
Mas um novo capítulo pôs tal trajetória em xeque entre os comparsas e Derru colou seu nome a um dos piores adjetivos que um criminoso pode ter: cagueta (delator ou traidor).
A Polícia Civil apurou que pela traição, Derru foi decretado, termo que entre os integrantes do PGC é sinônimo de jurado de morte.
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A informação foi confirmada pela mãe dele, Luiza do Prado Ribas, em depoimento em 29 de janeiro deste ano. Ela contou que recebeu uma carta do primeiro ministério, órgão máximo da organização, mas preferiu não falar mais nada no interrogatório. Tudo por medo de represálias.
Um outro relatório de investigação transcreve o que foi contado em carta interceptada por Evandro Sérgio Silva, o Nego Evandro, também fundador da facção, e explica a razão pela qual o ex-comparsa colocou a própria cabeça a prêmio.
Segundo o relato, Derru tirou do lugar um celular que gravaria uma suposta invasão de cela por agentes penitenciários, seguida de agressões, e a direção da cadeia teria ainda um vídeo no qual Rudinei revela os segredos PGC.
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No texto, Evandro acrescenta que o ex-companheiro sequer estava algemado, mas “comendo bolinho, orelhinha de gato, tomando café e lavando a louça”.
Este cenário de traição, expulsões e juramentos de morte mostra como o PGC tem sido coeso, pelo menos, com o que prega o estatuto da facção no que diz respeito à lealdade.
Tanto que, segundo investigação de 14 de janeiro da Polícia Civil, seis das dez vagas do primeiro ministério estão em aberto. Todas por traição e desrespeito às regras do bando.
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