Ela não conta mais o número de medalhas. Os ouro, prata e bronze são uma pimenta extra, mas há outros ingredientes mais importantes na “cozinha” da dona Léa Schoen, 72 anos de vida e dez de natação.

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– Graças ao esporte, estou viajando e conhecendo o mundo. Gosto de competir e de ganhar, mas isso não é tudo -, afirma.

Desde que começou a nadar, para preencher o vazio deixado pela morte da mãe, ela já viajou por boa parte da América Latina e recentemente foi até o outro lado do mundo. Da Austrália, Léa trouxe uma medalha de prata e uma de bronze do World Masters Game, espécie de jogos olímpicos para pessoas mais velhas. Cravou pouco mais de seis minutos nos 200 metros borboleta e pouco mais de 11 minutos no 400 medley.

O saudável hábito das braçadas não regulou somente a saúde, mas a vida de Léa.

– Imagina só o que eu ia ficar fazendo em casa todos os dias se não fosse a natação? Melhor gastar minha energia com isso do que num tanque de lavar roupa -, brinca.

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Além de atleta, Léa é dona de casa e fã de artesanatos. Seus trabalhos preferidos são o patchwork, crochê, tricô e costura. Os treinos de duas horas diárias são levados com rigor, mas também com a alegria da prática de um hobby. Os estilos preferidos são o borboleta e o medley (combinação de peito, costas, borboleta e crawl). Fazer por prazer, eis a lição que ensina a campeã.

– Desde muito jovem, eu sempre gostei de esportes. O que eu fiz foi ocupar meu tempo com ele.

Mãe de dois filhos e avó de quatro netos, Léa acredita que as principais vitórias nem sempre rendem troféus e medalhas.

– Eu adoro conhecer pessoas e fazer amigos nas competições que participamos. Já recebi amigos argentinos em Joinville, que conheci em competições.

Neta do ex-deputado Plácido Olímpio de Oliveira e filha de Alexandre Schlemm, ambos personagens históricos reconhecidos em Joinville, Léa agora vê mais uma geração da família ganhando as piscinas.

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– Minha neta tem um lindo nado borboleta -, conta ela, que foi vice-campeã nos 200 metros dessa modalidade nos jogos da Austrália.

Como incentivadores fiéis de Léa, o treinador Fernando Mutschall e o marido Norbert Schoen estão sempre de olho no desempenho da nadadora. Norbert também pratica natação, mas se empenha mais na musculação, outro esporte do qual Léa também é adepta.

– O principal benefício dessa atividade, além da saúde, é a socialização. Ela viaja e convive bastante com outras pessoas. Cria-se um grupo de convivência -, conta o treinador.

Entre braçadas, medalhas e muitos sorrisos, Léa comemora o colesterol baixo, a ausência de osteoporose ou de qualquer indício de doença neurológica. Benefícios da natação, mas também de uma personalidade inquieta, que não se rendeu ao mito da idade.

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– Aqui eu me sinto mais jovem. Fora que vivo no meio desses bonitões -, brinca