A Rua Francisco J. de Oliveira é uma rua de terra íngreme, no início do bairro Progresso. Passo por ali pelo menos uma vez por semana e já perdi a conta de quantas vezes vi o macadame dessa rua ser arrancado pelas enxurradas, que se espalha sobre o asfalto da Rua Emilio Tallmann, da qual é transversal.

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Depois acontece a habitual obra de máquinas retirando o material depositado sobre o asfalto, patrolas repondo o macadame da rua que para ali foi trazido de caminhão de alguma saibreira distante, onde foi carregado por máquinas carregadeiras, que juntam o material escavado por máquinas escavadeiras que abrem uma encosta inteira, muitas vezes com auxílio de explosivos, encosta que para isso sofreu o violento impacto ambiental do desmatamento e da retirada do solo original para o processo de obtenção do macadame

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Cada máquina tem seu operador e os caminhões seu motorista, todos gastando combustível, trafegando pesado sobre a pavimentação muitas vezes frágil de inúmeras ruas e, claro, necessitando de manutenção periódica. O processo todo ainda requer sabe-se lá o que tudo: feitor, fiscal, supervisor, gerente, diretor, secretário de governo, além da cena típica, nem sempre verídica, mas que faz parte do anedotário popular, dos que são pagos para ficar olhando os outros trabalharem.

Já vi cidadão em ruas como essa debaixo de enxurrada arrancando as grades das bocas de lobo, que acumulam macadame “que não deixa a água entrar na tubulação”. Resultado: tubulação entupida na enxurrada seguinte. Entupimentos de drenagem de ruas em encostas íngremes são relativamente comuns em Blumenau, mesmo quando não tem o gaiato que arranca a grade das bocas de lobo. Resultado: mais máquinas e pessoal para arrancar a tubulação entupida. A “delicadeza” da operação, óbvio, exige que grande parte dos tubos de cimento quebrados sejam substituídos por novos.

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Multipliquemos os custos da Rua Francisco J. de Oliveira por mil e aí temos um exemplo do custo Blumenau, que seria desnecessário se tivesse havido um adequado ordenamento do crescimento da cidade mas não houve. Estamos agora pagando o pato por erros, omissões e populismo do passado, mas ainda há tempo de evitar que essa conta continue aumentando. É só ter coragem política.

Aedes aegypti

OK, está certo que o país está em guerra contra o Aedes, mas vamos com calma, gente. Antes de se promover um “bromelicído” generalizado, como defendem alguns, vamos ver quais as espécies de bromélias que realmente oferecem perigo, que são raras, entre as plantas dessa família.