No momento do processo licitatório de escolha da(s) nova(s) concessionária(s) do serviço de transporte público em Blumenau, lembramos hoje o tema desta coluna dos dias 3 e 14 de março de 2014, que certamente foi do conhecimento do Seterb na ocasião, visando melhorar o conforto dos passageiros com medidas simples e de baixo ou nenhum custo para o sistema, logo, também, para os usuários do serviço.

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Comecemos pela pintura externa dos ônibus. Todos sabem que a cor branca é a que mais reflete a luz solar e menos absorve o calor que costuma ser muito forte, mesmo fora do verão em Blumenau. Logo, que se exija que a nova frota venha pintada com cor branca, principalmente nos tetos. Cidades como Londres já adotam essa medida simples e não onerosa há alguns anos. Segundo o órgão “Transport for London”, todos os novos ônibus que entram em serviço “devem ter pintura branca reflexiva de calor nos tetos para ajudar a diminuir a temperatura interna dos ônibus durante os meses de verão”.

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Qualquer cor não branca aquece ao sol. O verde escuro que se vê em alguns ônibus da Verde Vale, por exemplo, absorve muito calor, a ponto de quase queimar a mão de quem toque naquelas superfícies metálicas sob sol intenso. O sistema de ar condicionado, se houver, será mais exigido para compensar o aquecimento extra causado por qualquer cor que não seja branca, portanto, elevando os custos operacionais e impactando o meio ambiente com maior consumo de combustível e mais poluição.

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Que predomine então a cor externa branca nos ônibus, inclusive nas laterais, proporcionando assim mais conforto aos usuários. E o custo disso? Zero!

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Uma altura maior dos tetos dos ônibus permite que o ar interno aquecido pelo calor dos corpos dos passageiros, que tende a subir e se acumular próximo ao teto, fique mais longe do nível da respiração via boca e nariz dos passageiros que viajam de pé. Se for ônibus de piso baixo, melhor ainda porque, além do conforto térmico, facilita a entrada e saída dos passageiros.

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E por que não exigir um eficiente sistema de ventilação natural com exaustão pelo teto e que evite o desconforto da entrada de chuva por janelas abertas? E se houver ar condicionado, como fazer com que ele seja eficiente sem exigir tanto gasto de energia com as constantes aberturas de portas a cada parada?

O transporte em ônibus pode ser mais confortável aos usuários e menos impactante ao ambiente com medidas criativas, simples e menos insustentáveis. Blumenau bem que poderia ser pioneira nesses quesitos.

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