
Este colunista está visceralmente envolvido com a questão. Em 1973, como primeiro presidente da Acaprena e ainda estudante na Furb, auxiliado pelo professor Alceu Longo, procuramos o senhor Udo Schadrack, desde 1932 proprietário e preservador das florestas que cobrem o morro Spitzkopf. Na ocasião, o senhor Udo confirmou sua intenção de doar grande parte de sua propriedade ao governo, na condição obrigatória de que essa doação resultasse na criação de um Parque Nacional em todas as cabeceiras do rio Garcia, em Blumenau. Não deu certo na época, mas, em 2004, finalmente, foi criado o Parque Nacional da Serra do Itajaí, protegendo muito mais que as cabeceiras do Garcia.
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A partir de 1980, a empresa têxtil Artex, através de seu diretor e ex-prefeito de Blumenau, Carlos Curt Zadrozny, preocupada com a devastação florestal nas cabeceiras do Garcia, começou a adquirir o máximo possível de terras na região, visando garantir a preservação e, por consequência, a qualidade e regularidade da água necessária aos processos de beneficiamento têxtil da empresa. Zadrozny acertou em cheio. Não apenas garantiu a preservação de grande parte do manancial, como acabou economizando no tratamento de água para uso industrial.
Gerindo o Parque Ecológico Artex a partir de 1988, verifiquei que o custo por metro cúbico de água tratada da empresa à época era de 17,3 centavos de cruzados, valor cinco vezes menor que a média de 8,68 centavos de nove outras empresas similares em Blumenau. A semelhança com o caso da água da cidade de Nova York, aqui já abordado, de sete dólares de economia em tratamento para cada dólar investido em preservação, não foi mera coincidência.
Preservar, além de ser importantíssimo, também pode compensar. Este é o caso da captação da ETA III do Samae.
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