A depender da Lei 12.587/12, que institui a Política Nacional da Mobilidade Urbana, a melhor solução da Via Projetada VP53, antes conhecida como via marginal do Garcia, seria, a meu modesto ver, não na margem esquerda, mas sim, na margem direita e sem necessidade de criar uma nova via.
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Essa lei determina que a mobilidade urbana objetive o desenvolvimento sustentável das cidades e a mitigação dos custos e impactos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e cargas nas cidades. Também determina prioridade do transporte não motorizado sobre o motorizado e do transporte coletivo motorizado sobre o transporte individual não motorizado.
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Vê-se que há um esforço da prefeitura em atender as diretrizes da mencionada lei. No entanto, todos sabem da fragilidade geológica da região sul de Blumenau, que poderá ser ainda mais vulnerável com as mudanças climáticas e aumento de frequência de enxurradas catastróficas. Por isso, várias organizações da sociedade civil gostariam de que fosse considerada, com muito critério, uma alternativa de menor impacto ambiental, social e hidrológico que a VP53, uma opção que preserve a exuberante vegetação nativa das margens e baixadas alagáveis, importantíssimas na minimização do impacto das cheias e enxurradas.
O Plano Diretor da gestão do prefeito Felix Theiss (1973-77) previu para a Rua Hermann Huscher a mesma largura da Alameda Rio Branco, o que acabou não acontecendo. Num recente levantamento expedito, constatou-se que, ainda hoje, menos de 20% dos três quilômetros da Rua H. Huscher possuem edificações que, se existissem como existem na Rua Amazonas, onerariam demais as desapropriações para o alargamento da rua. Seria então possível criar um sistema binário com as duas ruas, com espaço para ciclovias e vias expressas de ônibus, com um mínimo de aterros e cortes de árvores.
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A necessidade de construção de algumas novas pontes sobre o rio Garcia permanece. No caso de sistema binário com corredor exclusivo para ônibus, a maior distância que separará a Rua H. Huscher (ida) da Rua Amazonas (volta) é de 400 metros. Em se implantando um sistema circular, o passageiro poderia optar entre fazer este trajeto a pé ou permanecer no ônibus sem pagar nova passagem, desembarcando somente no trajeto de volta. Resumindo, uma alternativa menos onerosa aos cofres públicos, ambientalmente menos impactante e mais harmoniosa com a escala humana.