Experimentei o Troncal Aterro-Garcia e observei os ônibus novos de Blumenau, todos com acesso a cadeirantes (o ideal, porém, seriam pisos rebaixados) e teto pintado de branco para refletir o calor do sol e melhorar, pelo menos um pouco e a custo zero, a sensação térmica interna no verão como aqui já sugerido várias vezes. No lugar dos ônibus articulados do antigo Consórcio Siga agora temos coletivos alongados com dois eixos traseiros. Como a capacidade total de passageiros é quase a mesma, 108 antes e 102 agora, há empate técnico nesse quesito. A agilidade e mobilidade em curvas fechadas dos ônibus alongados são facilitadas pelas rodas direcionais do terceiro eixo, coisa que eu não conhecia.
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Sabemos que o tempo de viagem é um dos principais estímulos ao uso do transporte público. As duas catracas que agilizam o embarque dos ônibus troncais são um detalhe muito importante a favor do passageiro. Mais que isso: elas se situam um pouco mais atrás em relação aos antigos troncais, sobrando espaço para mais passageiros embarcados antes das mesmas, permitindo que o ônibus parta mais cedo de cada parada e o coletivo siga viagem enquanto os passageiros vão passando pelas “borboletas”.
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Infelizmente, nos modelos dos coletivos não troncais, o espaço entre a porta de entrada e a catraca-cobrador continua pequeno, resultando em muita perda de tempo nas paradas com maior volume de embarque, como em saídas de escolas, por exemplo, onde não são raros dez minutos de parada em um único ponto, tempo suficiente para o coletivo percorrer 5 km a uma média de 30km/hora e dezenas de usuários já estarem chegando em casa. Ponto negativo para a Blumob, justo nas linhas de bairros onde os usuários, via de regra, moram mais longe, têm menos horários disponíveis e o que eles mais desejariam seria chegar logo no destino.
Quanto à ventilação, por ser inverno, ainda não deu para avaliar sua eficiência. Sobre o ar-condicionado tenho cá comigo umas dúvidas. Um ônibus urbano, com constantes paradas e abertura de todas as portas para embarque e desembarque, perde muito ar refrigerado, exigindo maior consumo de energia para recuperar a temperatura interna ideal. Não é à toa que esse conforto implique 20% a mais de gasto de combustível, elevando os custos e encarecendo as passagens. E agora, José, pagar mais no conforto ou menos no sufoco? Pelo jeito o Seterb optou pelo pagar menos no sufoco — é esperar o verão para conferir.
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Por fim, não entendi o motivo da desativação das estações de pré-embarque no Centro, muito importantes na agilização das viagens.