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A lógica era simples: em ambiente de floresta pluvial de encosta atlântica como o nosso, onde chove em abundância e não há estação seca definida, ainda mais em área cercada por floresta nativa de boa qualidade por todos os lados – caso do local escolhido para o projeto –, onde o que não falta são fontes de sementes e outras formas de propágulos que o vento e a fauna trazem de todos os lados, o que menos se precisa é de plantio de mudas por parte do homem.

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Em recente artigo publicado no periódico científico “Science Advances” (“Avanços da ciência”) (“Folha de S.Paulo”, 9 de novembro), foi feita uma análise de 133 textos publicados sobre restauração florestal. A conclusão foi de que a intervenção humana, além de ser mais cara, é menos eficiente que os processos naturais de regeneração da mata e que a eficácia da recuperação natural da biodiversidade foi de 34% a 56% superior à de áreas recuperadas pelo homem. Quanto à estruturação da mata, desde árvores altas com grandes copas até pequenos arbustos, a natureza saiu-se, conforme o caso, de 19% a 56% melhor que o homem.

Com estudos científicos corroborando o que empiricamente já sabíamos, espera-se que as instituições de fomento à pesquisa não mais desperdicem as parcas verbas disponíveis e as apliquem em projetos de recuperação florestal nativa onde eles realmente sejam necessários.

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