Um laudo elaborado pelos técnicos da Comissão Nacional da Verdade confirmou o que a família já sabia sobre a morte de Higino João Pio. Para a ditadura, ele se matou em 3 de março de 1969. Para a história, agora recontada, foi vítima de homicídio por estrangulamento.Para a ditadura, ele se matou em 3 de março de 1969. Para a história, agora recontada, foi vítima de homicídio por estrangulamento.

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O ex-prefeito de Balneário Camboriú, eleito em 1965 pelo PSD, foi levado do município pelos militares para a Escola de Aprendizes de Marinheiros, em Florianópolis.

– Identificamos dezenas de contradições em relação ao laudo do suicídio – explicou o perito criminal da CNV Pedro Cunha.

Agora a versão oficial dos fatos passa a ser a mesma na qual acreditou nos últimos 45 anos o filho de Higino, o empresário Júlio César Pio, 59 anos.

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Ele trouxe seus dois filhos para acompanhar a reunião, na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira, que alinhou os fatos da morte de pai e avô à realidade.

Os peritos afirmaram ter encontrado elementos suficientes para garantir que o que ocorreu foi uma tentativa “esdrúxula” de formar um quadro de suicídio. Por isso, mudou o laudo para demonstrar que Higino foi assassinado dentro de um prédio público enquanto estava nas mãos dos militares.

No entanto, não foi possível descobrir quantas pessoas estavam evolvidas no ato.

– Mesmo assim, o estabelecimento da verdade é fundamental para a história. E eu peço perdão à família por estarmos, novamente, impondo a vocês esse sofrimento – disse Derlei Catarina de Luca, integrante da Comissão Estadual da Verdade de Santa Catarina.

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Um relatório da comissão estadual deve ser concluído até o dia 30 deste mês e então ser encaminhado, com o laudo, para o Ministério Público Federal. O ato deve dar andamento a um inquérito que investigará o caso sob essa nova versão dos fatos.