Inexistência de vestígios na casa, móveis arrumados e falta de lesões no corpo que indicassem gesto de defesa são os principais pontos que levam a Polícia Civil a acreditar que não houve assassinato na morte do vereador Marcelino Chiarello, de Chapecó.
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Essa conclusão ocorreu a partir de um laudo assinado por quatro peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Chapecó, os quais indicaram que a causa mais provável da morte foi suicídio. Mas esse indício também ficou reforçado a partir de depoimentos e da apuração dos policiais locais no inquérito durante a investigação.
Mas o que causa divergência no caso é a existência de um outro laudo, assinado pelo médico legista Antonio José de Marco, de Chapecó, que indicou ter havido homicídio. Esse é o laudo da necropsia e foi o primeiro a ser entregue à polícia. O médico examinou o corpo do vereador e concluiu que a morte foi por traumatismo craniano. Ele afirma, ainda, que houve ação de terceiros para provocar a morte.
O que torna ainda mais intrigante o caso é o fato de haver um parecer anexado ao inquérito que sugere que as características das lesões indicam suicídio. O autor do parecer é o gerente técnico do IML em Florianópolis, o médico legista Zulmar Coutinho, que também é professor de medicina legal da Universidade Federal de SC (UFSC) _ o seu entendimento saiu a partir de análise das fotos feitas do corpo.
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Já o laudo dos peritos, que estiveram na casa de Chiarello, onde o corpo foi encontrado, revela que não havia nenhum vestígio de arrombamento ou gota de sangue pela casa. Os peritos chegaram a usar luminol, produto que revela os vestígios ocultos a partir de reação química.
O corpo estava pendurado com a alça do notebook numa grade da janela do quarto de visitas. Havia sangue na grade, onde ele teria se debatido antes de morrer por enforcamento, e no chão.
Os policiais têm outras conclusões também que reforçam o suicídio. Uma delas é de que o filho teria dito que o pai estava trancado sozinho no quarto. A polícia pensa também que, se tivesse havido execução, os autores deixariam evidências como da arma do crime e da própria presença pela moradia _ era de manhã e ninguém viu nada de estranho ou pessoas suspeitas pela região.
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Consta no inquérito, ainda, que o vereador afirmou a uma pessoa chamada Rita, em reunião do PT no dia 26 de novembro, que o seu destino seria decidido nos próximos dias. Há outras afirmações de Chiarello a políticos dias antes da morte de que ele renunciaria ao mandato. Colegas da escola e do partido disseram ao DC que Chiarello estava pressionado em casa para abandonar a política.