A causa da morte do motorista Murilo José Coelho, 39 anos, foi confirmada como traumatismo craniano pelo laudo cadavérico. Ele morreu após uma briga de trânsito no último dia 19, no bairro Vila Nova, na zona Oeste de Joinville.

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Segundo o delegado Fábio Baja, da Central de Polícia, o laudo mostrou que haviam lesões em diversas partes do corpo do motorista, como cabeça, boca, pescoço, cotovelo e joelho. Baja diz que isso descarta a hipótese de morte por mal súbito.

A Polícia Civil também ouviu uma pessoa que estava com Murilo no momento do acidente de trânsito. A testemunha afirmou que voltou ao local em que estava antes do acidente para avisar os amigos, mas quando retornou o motorista já estava morto.

Segundo a testemunha, duas mulheres estavam na garupa da motocicleta, guiada pelo suspeito Jean Everson Raymundo, de 23 anos. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e responderá por lesão corporal com resultado morte – crime intermediário entre o homicídio doloso (quando há intenção de matar) e culposo (quando não há intenção de matar).

Na tarde desta quarta-feira, o delegado também vai ouvir outras duas testemunhas que moram nas proximidades e viram toda a cena, desde o acidente até a morte de Murilo. O inquérito deve ser concluído e enviado ao Ministério Público ainda nesta quarta.

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O acidente

A morte foi registrada por volta das 17h45 depois de um acidente de trânsito que envolveu a motocicleta guiada por Jean e o carro conduzido por Murilo. O acidente ocorreu na Rua Leopoldo Beninca com a Rua Joaquim Girardi, e, a princípio parecia ter sido leve.

No entanto, uma testemunha-chave que acompanhou toda a ação contou à polícia que o motociclista teria se exaltado e entrado em luta corporal com a vítima. A versão é descrita pelo delegado que investiga o caso, quando questionado se houve agressão física contra Murilo.

— Teve agressão violenta do motoqueiro contra a vítima. Segundo essa testemunha, que estava num carro atrás da moto antes de acontecer o acidente, o Jean estava com a namorada dele (de 17 anos), que estava na garupa e machucou o pé com a batida. Então o Jean ficou extremamente violento, arrancou o motorista do carro e bateu nele com socos e “capacetadas”. O Murilo bateu forte com a cabeça no chão e, mesmo no chão, o Jean ainda chutou a cabeça dele — conta Fábio.

— Ainda conforme apurado, antes da morte a vítima não esboçou qualquer reação e somente pedia para parar de apanhar— completa.

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O que diz a defesa

O advogado Osvaldo da Cunha Batista, que representa Jean Everson Raymundo, contesta que houve homicídio. Segundo ele, seu cliente trafegava de moto com a namorada pelo binário do Vila Nova, quando parou no semáforo, e ao arrancar a motocicleta foi surpreendido pelo veículo de Murilo, que teria avançado o sinal. Ainda conforme o advogado havia indícios de que o motorista do carro estava alcoolizado.

— Ao ver a namorada machucada e o motorista tentando fugir do local, Jean pulou no carro para pegar a chave e evitar que ele se saísse dali. Foi então que ele (Murilo) saiu do carro e começou um empurra-empurra. Foi uma fatalidade, na qual ele se desequilibrou, caiu e bateu a cabeça — defende o advogado.