Uma das bebês de um mês agredida pelo pai, em Videira, no Meio-Oeste catarinense, está com uma lesão cerebral irreversível. O laudo anexo ao inquérito policial apontou que o trauma foi causado por asfixia. Ela e a irmã gêmea, que também foi maltratada, continuam internadas.

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:: Homem é preso após espancar filhas gêmeas de um mês em Videira

A menina que sofreu o trauma na cabeça corre risco de morte e, caso os médicos consigam reverter o quadro, deve ficar com sequelas. Conforme Marcelo Pasolini, superintendente do Hospital Helio Anjos Ortiz, de Curitibanos, o estado da criança é gravíssimo.

– A situação é muito delicada e ela permanece na Unidade de Terapia Intensiva. A outra bebê, que teve o fêmur da perna esquerda quebrado e outros hematomas, está no quarto e passa bem.

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O suspeito das agressões, o pai da criança, Fabiano Luz, de 29 anos, permanece detido preventivamente na Unidade Prisional Avançada de Videira. Ele deve responder por dupla tentativa de homicídio.

Fabiano da Luz, 29 anos – Divulgação/ Polícia Civil

Laudos contradizem versão do suspeito

Conforme o delegado Igor Siqueira de Araujo, que comanda as investigações, o suspeito confessou que bateu na menina que teve a perna quebrada, mas nega envolvimento na agressão da bebê que corre risco de morte.

– Ele contou uma versão fantasiosa e disse que um livro teria caído na menina. Só que os laudos apontam que o pai teria asfixiado a bebê e a falta de sangue e oxigênio causou a lesão no cérebro. Os documentos contradizem as alegações do suspeito – afirma.

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Araujo revela ainda que o suspeito já havia sido condenado e preso por violência doméstica contra a ex-mulher, com quem tem outros dois filhos. Também há registros de que ele batia nas crianças.

Mãe testemunhou agressão

A mãe das meninas, que tem 18 anos e acompanha as duas em Curitibanos, contou ao Diário Catarinense como as agressões aconteceram. Ela disse que o marido bateu em uma das meninas na madrugada de domingo, quando a bebê chorava muito com dor de ouvido.

Segundo a mulher, o suspeito teria colocado a filha em cima da cama e dado diversos tapas na perna da pequena. Em seguida, a mãe conseguiu acalmar a menina e só percebeu que ela estava com o fêmur fraturado no dia seguinte, quando foi trocar a fralda.

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– Fiquei desesperada e pedi ajuda para leva-la ao hospital. Como a outra estava quieta e dormindo, deixei em casa com o pai. Ele apareceu com a menina no hospital cerca de uma hora depois, entregou nos braços da avó e foi embora. Só depois os médicos perceberam a lesão grave na cabeça – relembra.

A jovem contou também que estava casada há cerca de um ano e meio com o suspeito e que ele nunca havia apresentado comportamento violento. Segundo as investigações policiais, a mãe das meninas não teria participação nas agressões e deve permanecer com a guarda das gêmeas.