Laudo aponta insuficiência respiratória como causa da morte de jovem que teria sido violentada pelo pai no Meio-Oeste

A Polícia Civil de Campos Novos, no Meio-Oeste catarinense, já sabe o que teria causado a morte de Roseli Menegace, de 15 anos, no dia 5. A jovem, que supostamente teria sido violentada e abusada sexualmente pelo pai, teve insuficiência respiratória.

As complicações que levaram à morte podem ser resultado das lesões espalhadas pelo corpo da jovem. A causa foi apontada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), entregue à polícia nesta semana. O delegado Kleverson Parmezan deve concluir o inquérito na próxima segunda-feira.

Ele pretende ouvir outras duas testemunhas e também interrogar novamente o pai da jovem, um homem de 46 anos que está preso preventivamente, antes de entregar o inquérito ao Ministério Público.

Até agora, cerca de 20 pessoas foram ouvidas. A polícia também descobriu que Roseli trocava mensagens íntimas com o pai, através do celular. Segundo o delegado, há suspeita de crime de incesto (relações sexuais entre parentes).

– O principal suspeito do crime continua sendo o pai. Descartamos que qualquer acidente possa ter causado as lesões- explica.

Mesmo diante das suspeitas, e das relações sexuais comprovadas através de exames, a polícia não sabe precisar quando os abusos teriam ocorrido.

A adolescente procurou atendimento médico nos dias 13 e 18 de abril, no posto de saúde de Vargem, também no Meio-Oeste, onde morava com a família. Na cidade, não há hospital.

O clínico geral que fez o atendimento, Marco Aurélio Becher, disse que a consulta foi acompanhada pelo pai, que também dava aval para as respostas que a filha dava às perguntas do médico. Na época, os funcionários do posto teriam estranhado a relação dos dois e também os hematomas no corpo da jovem.

Segundo o médico, ela contou que teria se machucado em duas quedas: uma enquanto carregava lenha e outra enquanto dava comida às galinhas. Becher disse que as lesões não seriam compatíveis com as versões.

– As lesões eram muito semelhantes a agressões físicas. A história das quedas não confere com o quadro clínico. Exames apontaram que alguns ferimentos foram causados pelas costas – diz.

Após as consultas, Roseli apresentou complicações e foi internada em estado grave no dia 21 de abril. Ela passou por cirurgia e ficou mais 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva em Joaçaba, também no Meio-Oeste, onde faleceu.