Clube de maior torcida na Suécia, de tradição e sem conquistar um título desde 2001, o Hammarby voltou a bater de frente pelas primeiras colocações no último campeonato nacional graças a participação importante de um brasileiro com passagem meteórica pelo futebol de Santa Catarina. Neto Borges estava prestes a assinar com um time da segunda divisão da Paraíba, em meados do ano passado, quando foi para o Tubarão. Jogou nove partidas da Copa Santa Catarina e foi negociado com a equipe sueco. Hoje virou nome frequente em especulações em lista de sites especializados em transferências na Europa e pode pintar grandes centros do Velho Continente na janela de inverno ou verão.

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Neto Borges foi eleito o melhor lateral-esquerdo do Campeonato Sueco e concorre ao prêmio de estreante da competição. Baiano de Saubara, ele sofreu para se adaptar ao frio escandinavo, ao país em que não conseguia se comunicar e sem companheiros do Brasil ou da América Latina. Guerreiro, superou a desconfiança inicial da torcida para brilhar em 27 partidas.

– O Tubarão foi o clube que me deu oportunidade que eu precisava. Joguei apenas seis meses e me deram toda estrutura que foi possível eu ir para a Suécia. Eu não estava acostumado com coisa grande. Sofri com adaptação e depois que consegui pude apresentar o meu futebol. Acho que quando você confia em si, não tem como dar errado – comenta o lateral de apenas 22 anos.

Gigantes de olho

O nome dele aparece em especulações relacionadas a clubes da Alemanha, Holanda e Portugal, ainda que tenha contrato com o Hammarby até o fim de 2021. O Tubarão detém 40% dos direitos do atleta e pode faturar com uma futura negociação. Bem mais do que a ida dele ao futebol sueco. A estimativa é que o Peixe tenha um lucro de mil vezes o valor investido para levá-lo do Itabaiana-SE para o Sul de Santa Catarina.

Ele foi visto pelo diretor do futebol do Peixe, em fevereiro de 2017, quando Julio Rondinelli esteve em Sergipe e percebeu no jogador muita ofensividade e potencial. Ele defendia o Boca Júnior, time do estado, e pôde acompanhá-lo inclusive nos treinamentos em condições que se assemelham a de times amadores. Seguiu de longe quando ele esteve no Itabaiana, durante a Série D do ano passado, e depois o levou para a Vila Oficinas.

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– Ele nunca tinha saído do Nordeste e sentiu o frio aqui no Sul, treinava de luva e de touca. Melhoramos as ações defensivas e ele fez oito jogos na Copa Santa Catarina (vencida pelo próprio Tubarão) e um jogo-treino, justamente quando foi visto pelos suecos. Desde então mandamos informações do atleta para eles, observaram e fizeram a proposta para aquisição. Mantivemos um percentual e acreditamos em uma nova venda agora ou na janela de transferências seguinte – comenta Rondinelli.

Enquanto isso não ocorre, o lateral passa férias com a sensação de dever cumprido. O time de maior torcida da Suécia e sem títulos conseguiu pontuação que o fez igualar com um dos classificados à Liga Europa, algo relevante para o clube, que nos três anos anteriores não passou da metade inferior da classificação e, em 2014, jogou a Segunda Divisão.