Acusado de ser o ponto central do maior esquema de doping da história do ciclismo, Lance Armstrong, em silêncio desde que o escândalo veio à tona, finalmente falou. E falou o que todos esperavam ouvir. Segundo a agência de notícias Associated Press, o ex-ciclista admitiu em entrevista a Oprah Winfrey que utilizou substâncias proibidas ao longo da carreira.

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O programa foi gravado na última segunda-feira, mas só vai ao ar na quinta. De acordo com as informações divulgadas pela AP, Armstrong disse que começou a usar substâncias dopantes para melhorar seu desempenho em meados da década de 90, pouco antes de ser diagnosticado com câncer.

Antes de começar a gravação do programa, o ex-ciclista teria se reunido com funcionários da Livestrong, fundação criada para apoiar o combate ao câncer, e pedido desculpas pelos danos causado à imagem da instituição.

O jornal americano USA Today também noticia que Armstrong e seus representantes têm tido reuniões com a Agência Americana Antidoping (Usada) para acertar uma confissão minuciosa do esquema do qual ele fazia parte. A expectativa da Usada, segundo o periódico, é que Lance Armstrong “responda todas as perguntas, entregue gravações, telefonemas, resultados de teste, tudo”.

Uma das motivações de Lance Armstrong para levar adiante uma confissão do esquema antidoping seria uma possível mitigação da pena imposta pela União Ciclística Internacional (UCI), que em outubro de 2012 o baniu do esporte. Colaborando com as investigações, o ex-ciclista, atualmente com 41 anos, espera diminuir essa sanção para poder voltar a competir.

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Segundo o New York Times, ele estaria disposto a delatar várias pessoas influentes no esporte que sabiam do esquema de doping na equipe de Armstrong, a US Postal. A lista incluiria inclusive oficiais da própria UCI, mas pouparia companheiros de equipe e outros ciclistas.