Neste mês de dezembro, a Revista Realeza, a primeira publicação do tipo em Balneário Camboriú, completa 25 anos de fundação. A ideia da revista surgiu quando Ivaine Salete Giglioli se inspirou em dois jornais de Balneário, Jornal de Balneário Camboriú (JBC) e O Sol. A cidade ainda era pequena e não tinha tanta projeção como hoje. O ano era 1988 e mais precisamente no dia 1º de dezembro daquele ano era publicado a primeira edição da revista com uma capa da vista da Avenida Atlântica. Um dos destaques da primeira edição foi uma entrevista com o político Leonel Brizola.

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Teve também artigos como os dos direitos da mulher, a importância das corridas para a saúde das pessoas, a ação das bebidas e do fumo no corpo das pessoas, crimes familiares, a história de Remi da Silva Osório, uma entrevista com o então eleito prefeito Leonel Pavan, depoimento do Olindino Miguel (pai do vereador João Miguel, o Tatá) sobre a pesca feita de forma indiscriminada, um artigo sobre a Associação do Surfe de Balneário Camboriú, o turismo e a rede hoteleira (na época a cidade ainda não era um grande polo turístico), um breve histórico municipal e um resumo sobre a Guerra do Paraguai e Getúlio Vargas.

A primeira equipe era formada por Olival Monteiro (diretor, já falecido), sua esposa Ivaine (secretária e tesoureira), Maurício F. P. de Liz (fazia o desenho e a arte com ela), sendo Cláudio Mantovani o primeiro fotógrafo e o primeiro colaborador foi Alfredo Nícolas Obregon Filho. A primeira sede ficava na Rua Inglaterra, 73, no Bairro das Nações e a diagramação era feita na Terceira Avenida. Existiam correspondentes em São Leopoldo (RS), Sapiranga (RS) e Porto Alegre (RS) e também em Realeza (PR), além de, por um período, ter distribuição em Porto Belo e Joinville.

Perfil

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Era uma revista feita especialmente para a família, pois tinha entrevistas com nomes famosos como Fábio Jr., Sandra de Sá e Nair Bello, além de nomes conhecidos na região, como o próprio Pavan, Retijane Popelier, Nair Franceschetto, Roberto Souza, Aderbal Machado, Tatjana Ceratti, Reiner Wolff, Aristo Pereira e muitos outros nomes, reportagens sobre a alta sociedade, eventos sociais, fotos de modelos femininos e masculinos, passagem de aniversários de vários leitores, notícias gerais sobre Balneário e região, poesia e textos literários, piadas e receitas. Ou seja: era uma revista de utilidade pública para a população em geral.

Os eventos eram um grande marco do periódico, sendo que no primeiro aniversário da revista foi organizada uma festa no Fantástico Clube que contou com um desfile com todas as moças que apareceram nas primeiras capas e a distribuição do prêmio “Reais do Ano”, a Bier Fest (no Auto Cine), a Julifest (realizada na Santur e era a festa das nações) e outros. Tudo que eles noticiavam, virava top, ou seja, era sinônimo de glamour aparecer nas páginas da revista. Só de prêmios foram mais de 200, entre eles o Podhium, recebendo o Olho de Lince e menção honrosa da Câmara de Vereadores pelos serviços prestados à comunidade.

O fim da Realeza aconteceu em meados de 2005 porque a dona estava cansada de fazer a mesma coisa e principalmente em razão da falta de patrocínio. Por fim, ali estão muitos anos da história da cidade e continua sendo lembrada por todos da região como um verdadeiro marco da imprensa no Vale do Itajaí.

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Fontes:

Entrevista com Ivaine Salete Giglioli em 7 de fevereiro de 2013

Pesquisa textual e iconográfica – Acervo de Richard Lopes Correia e Arquivo Histórico de Balneário Camboriú