Algumas ações para destravar a Rota do Milho, idealizada em 2017 para os grãos do Paraguai para Santa Catarina, foram debatidas durante o Fórum Internacional Agro Sem Fronteiras, que iniciou nesta segunda-feira e termina nesta terça-feira , em Chapecó.

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Durante o evento foi instalada a Frente Parlamentar da Nova Rota do Milho, coordenada pelo deputado estadual Marcos Vieira (PSDB). O objetivo é reunir parlamentares catarinenses, da província de Misiones, na Argentina, e dos departamentos de Itapua e Alto Paraná, no Paraguai.

De acordo com o prefeito de Chapecó e presidente do Bloco Regional de Intendentes, Prefeitos, Alcaldes e Empresários do Mercosul (BRIPAEM), Luciano Buligon, é necessário mostrar a importância da rota não somente para Santa Catarina, mas para os três países.

O prefeito de Naranjal, no Paraguai, Edoard Schaffrath, disse que a Rota do Milho pode beneficiar também os produtores de sua cidade, ampliando a produção.

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Para o gerente comercial da Cooperativa Auriverde, Elestor Albrecht, o trajeto novo representa uma economia de 300 quilômetros e uma redução de custo de R$ 2,00 por saca de milho.

Lembrando que as agroindústrias buscam mais de 100 mil carretas de milho em outros estados e outros países. No ano passado o déficit de milho de Santa Catarina, que produziu 2,9 milhões de toneladas, foi de 3,6 milhões de toneladas.

– Neste ano esse déficit vai passar de quatro milhões de toneladas pois vai aumentar o consumo e teremos uma redução de área de milho. Santa Catarina precisa resolver isso senão vai perder oportunidades de crescimento. Daqui a pouco as indústrias não vão mais investir aqui pois não tem milho – disse o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, Enori Barbieri.

A Rota do Milho começou a ser idealizada em 2017. Uma barca já está no Rio Paraná, para fazer a travessia entre Carlos Antônio Lopez, no Paraguai, e Porto Piraí, na Argentina. Um dos empecilhos é a questão do atestado de sanidade do milho, que deve ser feito pelo Ministério da Agricultura. Segundo Barbieri, uma instrução normativa deve ser publicada nos próximos dias liberando o milho paraguaio, pois não apresenta risco.

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Mas há outo empecilho que seria a liberação da passagem pela Argentina, que é grande produtora e exportadora de milho. Isso teria que ser trabalhado politicamente.

O coordenador adjunto do Núcleo de Faixa de Fronteira de Santa Catarina, Flávio Berté, disse que também são necessárias algumas obras. Uma delas já foi licitada, que é a pavimentação de 45 quilômetros de rodovias no Paraguai.

Outra é o reforço da estrutura de desembarque em Porto Piraí.

– É uma obra de R$ 3 milhões mas que deve ser confirmada em dezembro pelo novo Governo de Misiones. Falta a habilitação do porto. Também tem o processo de privatização da aduana de Dionísio Cerqueira, para agilizar a passagem das cargas – disse Berté.

Segundo Berté a deputada federal Caroline Detoni (PSL) está tratando da questão com o Governo Federal, em Brasília.

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Além da passagem do milho paraguaio há um movimento para produção de milho em Misiones, que fica na fronteira com Santa Catarina. Já foram realizados encontros para que Santa Catarina colabore com a transferência de tecnologia, pois o estado tem a maior produtividade do Brasil.