A segunda etapa do projeto que vai definir a destinação correta do lixo produzido no Vale do Itapocu começou a virar realidade. Na sexta-feira, a Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) lançou o edital que vai possibilitar a escolha do sistema mais adequado para cada cidade.

Continua depois da publicidade

O processo faz parte da elaboração do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Pigirs), iniciado em abril.

No edital, as empresas do setor vão sugerir tecnologias disponíveis para a gestão de resíduos, informando o custo de implantação, número de pessoas envolvidas e o tipo de mão de obra, entre outros quesitos. De acordo com o supervisor do Pigirs, Leocádio Neves e Silva, também presidente da Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente (Fujama), a concorrência está aberta para empresas de dentro e fora do País.

Os dados serão analisados por uma equipe técnica e, em seguida, será aberto um ciclo de audiências públicas para que a população possa se manifestar sobre o assunto.

Continua depois da publicidade

Serão realizados nove encontros com a comunidade em novembro, sendo três em Jaraguá do Sul e o restante nos outros municípios que compõem a Amvali – Guaramirim, Corupá, Schroeder, Massaranduba, Barra Velha e São João do Itaperiú.

– Serão avaliados todos os tipos de tecnologias, da coleta à destinação final, desde a implantação de um aterro até o processamento com plasma – explica.

A previsão é que o plano seja finalizado em dezembro. O diagnóstico sobre como funciona o sistema de lixo nas sete cidades foi apresentado na sexta-feira pela Escola de Gestão Pública (Egem), pertencente à Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), de Florianópolis.

Continua depois da publicidade

A Egem começou o levantamento há cerca de dois meses. A urgência em deixar o plano pronto se dá porque, a partir do ano que vem, apenas as cidades com o planejamento aprovado receberão verbas federais para destinação dos resíduos. A determinação faz parte da lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O plano traça metas para a gestão de resíduos para os próximos 20 anos.

Estima-se que cada pessoa produza cerca de 500 gramas de lixo por dia na região, o que representa 125 toneladas por dia.

Jaraguá quer ampliar a reciclagem

Um dos focos do Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Pigirs) é a intensificação da reciclagem. Das sete cidades pertencentes à Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali), apenas Jaraguá do Sul possui projeto de coleta seletiva. Porém, apenas 3% do lixo gerado é reciclado. Além disso, o transporte dos detritos custa caro: desde 2004, a cidade gasta R$ 12 milhões por ano para enviar os resíduos ao aterro sanitário de Mafra.

Continua depois da publicidade

A intenção é que o município passe a reciclar 15% do total de lixo recolhido. O trabalho de conscientização da reciclagem passará por campanhas educacionais até a reestruturação total do projeto. Já os recicladores serão treinados para trabalhar na separação dos resíduos.

Um dos grupos que realizam esta atividade em Jaraguá é a Associação Jaraguaense de Recicladores, que existe há três anos e empresa 46 funcionários De acordo com o presidente, Cristiano Eleutério, todos os meses o grupo separa, prensa e transporta 150 toneladas de recicláveis, que são reutilizados por empresas especializadas. Ele lembra que a reciclagem não só ajuda a preservar o meio ambiente, mas também gera renda.

– Muita gente olha para uma garrafa de vidro e não vê nenhum valor. Mas eu vejo dinheiro – comenta.

Continua depois da publicidade