Esse gatinho da foto é o Luiz Fernando, de 13 anos. E sabe por que ele tá assim, todo prosa? Porque acaba de lançar seu primeiro livro. Até aí, nada tão anormal. Mas o Luiz chega pra quebrar preconceitos: o garoto é portador de síndrome de Down e estudante do 7° ano de uma escola pública estadual, a Irineu Bornhausen, no Bairro Estreito – pra muitos condições que tornariam impossíveis tal conquista.
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Inspirado no forte, valente e verde personagem de quadrinhos, Hulk, ele expressa os sentimentos e o olhar sobre o mundo através de desenhos e histórias, o que resultou no “Meu Livro de Contos”. E isso só foi possível porque junto deste nosso super herói, existe uma super professora de educação especial — que na verdade é uma grande mestra: Sozi Meri Vogel.
Super professora
A obra de Luiz Fernando é resultado do projeto Sou um escritor com síndrome de Down, de autoria de Sozi. Ela é a segunda professora dele e desde 2016 acompanha e incentiva o garoto a escrever histórias por meio de desenhos. “Busco instigar a criatividade, a imaginação e também a desenvolver a coordenação motora dele”, conta.
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E tudo começou com um dos primeiros desenhos que Luiz fez: “ele pintou um dinossauro todo colorido e fui estudar para saber o que poderia significar esse olhar, que por fim, é a forma dele se ver no mundo: uma pessoa diferente”, conta a professora que no livro redigiu as histórias contadas pelo menino.
Mais centrado e responsável
O livro foi uma surpresa para a família de Luiz Fernando! “Ele sempre falava do livro, mas eu não entendia e nem passava pela minha cabeça essa habilidade e criatividade dele. Estou muito feliz e orgulhosa”, destaca a mãe, Leuza Rodrigues Barros, que adorou o resultado.
Ainda segundo a mãe, o trabalho contínuo da professora ajudou muito no comportamento de Nando, como é chamado carinhosamente por todos. Aliás, isso a fez ter mais vontade ainda de participar da vida escolar do filho. “O meu relacionamento em casa mudou muito com ele, que está mais responsável e centrado”, comemora.
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Pensando nisso…
Sou muito fã de pessoas que sabem ir além de si, que entendem o quanto são únicas, importantes e, exatamente por isso, têm missão nesta existência. A professora Sozi poderia escolher ser apenas mais uma professora de educação especial: cumprir roteiros, carga horária e voltar pra casa. Mas ela decidiu fazer a diferença — e na vida de quem é visto como diferente. Resultado? Recebe agora o que dinheiro nenhum no mundo paga: a realização em ver seu aluno vencendo — pelas mãos (e o olhar carinhoso) dela. É o que chamo de salário da alma… Isso sim justifica nossa estada nesta vida!
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