Não faz muito tempo, ela quis dar fim à própria vida – e por duas vezes. Era fevereiro de 2013, quando Elaine Rodrigues escreveu a despedida para a filha de dois anos:

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– É difícil te abandonar (…) não sei por que estou fazendo isso, mas não consigo mais suportar essa dor.

Era a primeira tentativa. Elaine tomou uma dose intensa de remédios e, já inconsciente, foi encontrada pelo marido que a levou às pressas para o hospital. Ela foi salva, mas a dor permanecia: no domingo seguinte tentou outra vez. Agora, eram as caixas de medicamentos vazias, as evidências. Foi socorrida e passou por nova desintoxicação.

“Eu só queria fugir da dor”

Elaine, que mora em Florianópolis, não é única na multidão. A depressão está nas famílias de grande parte dos brasileiros. A cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio no país – e Santa Catarina é o segundo Estado em número de casos (só em 2014 foram 584).

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– É incrível como ela chega sem a gente perceber, sem um motivo aparente. A tristeza vem discreta, fica com você por algumas horas, depois por dias inteiros. Eu só pensava em dormir e fugir desta dor. Pedi ajuda em casa, por várias vezes. Mas ninguém me levava a sério. Eu não os culpo: é comum achar que uma pessoa neste estado não tem força de vontade, não quer se ajudar – e que isso logo passa. Então precisava dar um jeito da forma que me parecia mais fácil: acabar com a minha vida – conta.

Depois de ser “ressuscitada” pela segunda vez, Elaine foi procurar ajuda profissional. Várias vezes contou com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pelo 141, e juntou forças para ir atrás de um profissional que a entendesse e acolhesse. E encontrou:

– aí sim eu vi a minha vida ter chance, novamente. Mais do que me dar remédios, ele me ajuda a entender a causa do problema. Hoje sou outra pessoa: voltei ao trabalho, às atividades físicas e só penso em ajudar quem passa pela mesma situação. Por que é disso que uma pessoa nesta situação precisa: de apoio!

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O Caderno da Capa Vermelha

Uma prática que ajudou muito Elaine a sair desta “cilada” foi fazer um diário da depressão – “o que deixa os sentimentos transbordarem e alivia os sintomas“, diz. Esse diário se transformou num blog e agora num livro, que vai se chamar O Caderno da Capa Vermelha, onde escreveu a carta de despedida para a filha.

Quer tocar o coração das pessoas e ser o ouvido, o acolhimento que não tive quando me deprimi. Aliás, todo o processo de edição e lançamento da obra é caseiro, Elaine está a frente de tudo:

– preciso de um revisor que tope fazer uma parceria. Sei que nas mãos de quem entende fica muito melhor.

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Quem puder ajudar nossa guerreira nessa missão (de salvar vidas!) pode ligar (48) 9857-0427. Não perco o lançamento por nada!

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