Pensei que já tivesse me emocionado o bastante com o caso da bebê Luiza, abandonada dias atrás pelos próprios pais, em plena rua, no bairro Estreito. Engano meu! Chorei ao ler o relato de quem passou pela mesma situação ao nascer, 71 anos atrás: nossa leitora Mana de Xangô, de Capoeiras.

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Sim, ela também foi deixada na rua ao nascer. Emocionada, ela escreve à pequena Luiza – uma cartinha que nos foi enviada por sua filha, Carla Martendal:

Nasci no dia 13 de outubro de 1942. Ainda com o perfume de Deus, fui enrolada num cobertor e esquecida num canto. Os anos se passaram, fiz da minha dor um imenso amor e hoje me vejo cada dia mais vitoriosa. Eis que me deparo com uma coincidência, num mesmo dia 13: 13 de junho de 2014 nasceu Luiza. Também enrolada num cobertor e abandonada pelos pais. Lugares diferentes, mas a mesma crueldade dos algozes no abandono de um anjo. Como eu queria te dar um abraço, anjo Luiza! E preciso te dizer que, assim como eu, foste escolhida para mostrar aos demais que viemos como uma grande estrela para este mundo. A falta de amor no primeiro momento de vida não apagará a sua luz. Você chegou com uma força especial, um brilho novo. Você é uma preciosidade que veio provar que o bem é sempre vencedor. Ao mesmo tempo em que me entristeci com o seu abandono, chorei de felicidade aos 71 anos, porque sei que você será vitoriosa. Sabe aquele abraço que lhe foi negado na sua chegada? Não se preocupe. Ainda receberá milhares de abraços calorosos, repletos de amor. Seja bem-vinda, nossa estrela“.