Precisando de motivos pra acreditar que o novo ano pode sim lhe trazer boas surpresas e superações? Se me permite, deixe eu lhe ajudar: trago hoje uma grande lição de vida que acabo de aprender com o agora amigo Cláudio José Mendes da Silva (o de azul, na foto). Ele me chega como um presentão de fim de ano, em meio a reportagens especiais que vamos exibir na RBSTV no programa especial de Réveillon, com show de fogos ao vivo em Santa Catarina e pelo Brasil – junto com histórias para inspirar seu novo ano. Uma delas é a de Cláudio…
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Feliz reencontro!
Quando chegamos à Comunidade Terapêutica Liberdade, no Rio Tavares, em Florianópolis, nem imaginávamos a riqueza de história que vinha por ali. Os coordenadores da Casa, que têm feito muita gente voltar à vida nos últimos anos, nos apresentaram Cláudio. Na verdade, me reapresentaram:
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– não lembra de mim, Laine? – perguntou sorrindo. – Sou o mesmo que cuidava dos carros ali São José, quando você ia almoçar com a família. Inclusive cantávamos juntos, cada vez que nos encontrávamos, recordas?
Naquele instante, voltei no tempo: era o “vozeirão” das ruas que sempre brincava comigo. Mas o que ele fazia ali?
– Renascendo Laine, renascendo – comemora Cláudio.
– Eu comi lixo!
Cláudio é do Amapá. Lá trabalhava como assessor de imprensa e com as artes: as plásticas, o teatro e a música – cantava em barzinhos. Foi por lá também que teve seu primeiro envolvimento com drogas.
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– Fui demitido, caí na sarjeta, fiquei sem nada. Ainda no Amapá, fui para uma clínica de reabilitação – conta ele. Recuperado, Cláudio veio recomeçar a vida em SC, alguns anos atrás. Aqui casou, formou família… até que os negócios não deram certo e ele voltou para o vício.
– Perdi tudo, mais uma vez: filhos, mulher, dignidade. Usei um mundo de drogas, da maconha ao crack, e fui morar nas ruas. Vivi como mendigo, comi muito lixo. Até que veio o Natal do ano passado: me sentindo um nada, sem nada, decidi recomeçar, mais uma vez. Fui parar na Comunidade Terapêutica Liberdade que me recebeu como filho. Nos últimos nove meses, me reencontrei, me redescobri e, enfim, entendi o quanto minha vida é preciosa – diz.
Agora, renascido como diz, Cláudio acaba de voltar pra casa:
– eu descobri o amor em mim, como nunca havia sentido. Estou me dando uma nova oportunidade, agora mais maduro e consciente, por que sei que a vida é nascer e morrer todos os dias. Aprendi que no escuro sempre há como encontrar a luz… e é nela que decido viver, daqui pra frente.
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E, inspirados no Cláudio, que nós consigamos enxegar o lado mais iluminado da nossa vida – entendo que a luz reside em nós: basta acessá-la!
Feliz 2016, queridos!
Confira as notícias da colunista Laine Valgas
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