Acredite: em 23 anos de profissão, eu sempre “sofria” só de pensar em tirar férias. Lá no começo, cheguei ao cúmulo de vender 20 dias de descanso e nos outros 10 pegar um curso pra fazer. O lazer me entediava – e assustava.
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Sou de uma família de mulheres que trabalham sem parar e esse padrão se transformou na minha zona de conforto. Pra minha sorte, nos últimos anos, minha inquietude vem questionando aonde esse comportamento poderia me levar. As projeções não eram nada animadoras: uma mulher realizada profissionalmente, mas vazia de experiências de vida, amigos, sorrisos e amor.
Foi quando resolvi me dar uma chance e arriscar respirar novos ares, inclusive nas férias – acho que agora “radicalizei”…
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Patio Batel/Divulgação
Viajei na viagem…
Contabilizo em uma mão (não cheia) as viagens que fiz a passeio – grande parte sempre foi a trabalho. Na verdade, nunca me interessei em arrumar as malas e conhecer o mundo: ver pela TV já me bastava. Imagine então como foi desafiador o que acabo de fazer: um convite irresistível, de quem amo muito, fez com que eu tirasse férias em janeiro, me tirou de Florianópolis e levou de carro para Montevideo, no Uruguai, e Buenos Aires, na Argentina. Foram 4,5 mil Km rodando… num caminho de muitas descobertas, paisagens, gente, comidas, música, caminhadas e um autoconhecimento que vem me impressionando. Mal tive tempo de pensar em trabalho, com tanta informação.
Parece que pela primeira vez na vida tirei férias de verdade. Meu sogro, o sábio Celso, diz que:
– uma viagem com o passar do tempo se torna inesquecível.
Já estou dando razão a ele: cada lembrança do que recém vivi reacende um riso fácil. E que saber? A maior viagem foi mesmo pra dentro de mim. Conheci uma Laine com a qual não tinha muito contato – e voltei louca pra conhecê-la melhor. Aliás, retorno com mais vontade de trabalhar (continuo amando isso!), cheia de novas ideias e um ano inteiro para realizá-las.
Ah, se eu soubesse disso antes…
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