Quando eu era criança, minha mãe só me deixava usar as roupas “melhores” em dias de festa, ou domingo, na missa. Nos outros 300 e tantos dias do ano, só eram permitidas roupas menos interessantes, menos coloridas, menos bonitas. E assim acabei acostumando a me sentir bonita, e bem comigo mesma, raramente. Não culpo minha mãe: nossas condições eram limitadas, não se podia comprar trajes novos com facilidade – o jeito era economizar!

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O problema foi crescer aplicando essa fórmula, esse raciocínio, em quase tudo, na minha vida: arrumar o cabelo, só em dia de festa. Caprichar na maquiagem, também. Dançar, idem. Ou seja: me condicionei a ter dias marcados no ano, pra ser feliz. Até que acordei! Parei de guardar essa ou aquela roupa para um dia X. De fato, não sei se estarei viva até lá!

E você? Quando foi a última vez que ouviu a sua música preferida? Ou usou aquela joia guardada a sete chaves? Ou vestiu-se diferente, só pra se sentir bem? Ou usou o seu sapato mais incrível, sem qualquer pretensão extra? Saindo do meu condicionamento infantil, decidi me dar um presente, todos os dias. Sem data marcada, tiro do armário aquela lingerie que esperava um namorado chegar. Ou danço no meio da casa, mesmo. Ou faço um jantar, em minha homenagem. Isso é celebrar a vida e o melhor dia pra isso, é sempre hoje!