Só quem já se sentiu inferior por ser “diferente”, de alguma forma, sabe o quanto isso dói na alma — e eu compartilho deste sentimento: tive que aprender a administrar muito disso na minha infância e adolescência e sei o quanto é desafiador. No meu caso, tive (e tenho) a sorte de contar com profissionais amigos que a minha profissão me trouxe para reconstruir um emocional muito calejado por preconceitos — tanto que decidi trabalhar também com o coaching para ajudar pessoas que enfrentam esta situação e me empenho em valorizar quem faz isso, de alguma forma.
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Por isso, começo a semana aplaudindo cirurgiões plásticos catarinenses que nesta segunda e terça-feira, dias 13 e 14, fazem um mutirão solidário para operar gratuitamente pacientes com orelhas de abano, a chamada otoplastia, em diferentes regiões do Estado. Cerca de 50 pacientes serão operados em hospitais públicos e clínicas particulares, por cerca de 30 cirurgiões plásticos e nove médicos residentes.
A maior parte dos procedimentos será feita no Hospital Universitário da UFSC e no Hospital Infantil Joana de Gusmão, ambos na Capital. Esta ação antecede o 54º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que reunirá centenas de especialistas do país e do exterior no Centro de Convenções de Florianópolis (CentroSul), de 15 a 18 deste mês.
Para ser o próximo
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Todos os pacientes operados nesta semana já foram anteriormente selecionados, ou seja, são pessoas que já percorreram o caminho de consulta e avaliação até chegar à sala de cirurgia. E quem pretende ser o próximo, tem chance também: o primeiro passo são os postos de saúde. Lá, um médico vai avaliar o paciente e indicar ou não a cirurgia plástica, seja qual for o problema. Depois ele será encaminhado aos hospitais públicos de sua região e aguardar ser chamados.
E é aí que entram os voluntários: escolhendo pessoas desta lista, para diminuir a fila de espera em cada especialidade. Somente neste ano, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica aqui no Estado (SBCP-SC) promoveu a remoção do excesso de pele de oito ex-obesos mórbidos em agosto e a reconstrução de mamas em 65 mulheres mastectomizadas total ou parcialmente por causa do câncer durante a campanha Outubro Rosa. E, com certeza, não vão parar por aí. Parabéns amigos: precisamos cada vez mais de seres assim, humanos na essência!