Aproveito o fim de semana em que comemoramos o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril) para falar no assunto, que precisa sim fazer mais parte das nossas rodas de conversa. E aproveito a experiência de nossa leitora Emanuelle Furtado Silveira, mãe do Victor, que nos chama a atenção para a necessidade de divulgarmos mais as organizações não governamentais que abrem as portas e acolhem, com muita humanidade, tantas famílias (muitas desorientadas e apavoradas) que descobrem ter filhos autistas. ¿Sempre entendi que o Victor era diferente, mas nunca foi um diferente que me incomodasse. Mas o tempo foi passando e em meados de 2015 percebemos alguns sinais que estavam ultrapassando os limites de um desenvolvimento social saudável para uma criança de três anos: ausência de socialização e interesse nas atividades da creche, movimentos repetitivos, constipação crônica e a descoberta obsessiva por jogos de videogame, a ponto de não querer sair de dentro de casa. Fomos juntando peças das atitudes de Victor até chegarmos ao nome Autismo¿.
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¿Entrei em colapso¿
Emanuelle conta que se sentiu ¿uma mãe em colapso¿, sem saber o que fazer direito com o diagnóstico de autismo em mãos. ¿Nossa rede pública não está preparada para receber as crianças e tão pouco as famílias aflitas. Até que conseguirmos chegar, via particular, no consultório de um consagrado neuropediatra que nos deu um chão, ao dizer que o mais importante é acolher, não ficar nem de olhos, ouvidos ou boca tampados. Hoje entendo o médico: sei o quanto é de suma importância que nossa sociedade se una em uma só voz para divulgar, incentivar e fazer com que a inclusão social ocorra de forma natural e não impositiva através de leis, sanções, obrigações o que ainda hoje se faz necessário.
Amparo familiar
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Na busca de uma vida melhor para Victor, Emanuelle teve a felicidade de encontrar conforto junto ao pessoal da AMA (Associação de Pais e Amigos de Autista) e a ONG Autonomia, ambas em Florianópolis. Na AMA, a família encontrou o suporte emocional e na ONG aulas de arteterapia, equoterapia e de autonomia aquática. ¿Faço questão de divulgar ações tão únicas, que foram nosso socorro e podem ajudar a muitas outras famílias também. Eles inspiram crianças e jovens ditos diferentes, por terem o dom de envolver toda família na mesma causa¿, conclui. Assim como Emanuelle, ficamos felizes por contar com trabalhos tão especiais: merecem mesmo ser destaque aqui na Coluna. Mais informações no www.amaflorianopolis.org.br e no Ong Autonomia Florianópolis, pelo Facebook.
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