O Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, no Sul da Ilha de Santa Catarina, ganhou nesta quinta-feira (6) uma nova imagem na sede do parque: uma estátua em concreto representando um bugio-ruivo. Esta espécie de primata recentemente começou a ser reintroduzida na Unidade de Conservação, em um processo de refaunação do Programa Silvestres SC.

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Com a presença de alunos da rede pública municipal, da Escola do Futuro da Tapera, a obra foi finalizada coletivamente, no momento da inauguração. Os estudantes foram os responsáveis pela pintura e decoração ao longo da manhã, com temática livre.

— A ideia é despertar nessa geração o respeito pelas espécies que dividem esse ambiente conosco e, neste caso, com foco em uma que acaba de retornar ao seu local de direito, onde depende, entre outras coisas, da consciência cidadã para se manter preservada — comenta a educadora ambiental da Floram, Maria Aparecida Cabral de Sá.

O monumento, com cerca de 2 metros de altura, construído pelas mãos do artista Juan Mandala, será um marco do retorno dos bugios-ruivos àquela região.

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— Depois de mais de 250 anos extintos no nosso território, três indivíduos já estão vivendo soltos nas matas da nossa UC e outros quatro passam por processo de ambientação, até que possam retornar à natureza e viverem de forma independente. É um momento muito especial, que merece uma homenagem — explica Mauro Manoel da Costa, diretor de Gestão e Proteção Ambiental da Floram.

Veja fotos do monumento


Reintrodução dos bugios

A soltura dos bugios-ruivos no Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri faz parte de um trabalho conhecido como refaunação, quando espécies que haviam desaparecido de determinada região começam a ser trazidas de volta àqueles espaços, graças ao trabalho de pesquisadores.

Em Florianópolis, a espécie foi reintroduzida neste ano, depois de mais de 250 anos de extinção local no município. O primeiro grupo de indivíduos foi solto na região do Parque Estadual do Rio Vermelho, no leste, em janeiro. Na sequência, em abril, foi a vez do Sul da Ilha.

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O processo é coordenado pelo Programa Silvestres SC e tem o apoio de outras instituições, com destaque para a Prefeitura de Florianópolis, com auxílio integral nas etapas necessárias à ambientação e soltura dos bugios nas Unidades de Conservação Municipais.

— Trazer esses animais de volta é possibilitar outra vez a ocorrência de relações ecológicas essenciais que, na ausência dessas espécies, se tornam deficitárias. O bugio-ruivo é responsável, entre outras coisas, pela dispersão de sementes na mata através da alimentação, com impactos diretos na variedade de espécies de plantas que cobrem o solo e se desenvolvem nas áreas de Mata Atlântica — enfatiza a diretora do Programa Silvestres SC, Vanessa Kanaan.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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