A Lagoa da Conceição, em Florianópolis, pode ficar novamente limpa após anos de poluição. Para que isso aconteça, porém, um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que pretende despoluir o local em dois anos, aguarda aprovação da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram). Nesta sexta-feira (3), a universidade se reúne com o órgão e a Casan para tratar sobre os próximos passos da futura recuperação.
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O objetivo é limpar a Lagoa da Conceição com algas marinhas, produzidas e cultivadas em laboratórios da universidade. Os organismos funcionariam como um filtro de água e limpariam as impurezas e bactérias presentes no local.
Conforme explica o coordenador do projeto, o biólogo e pesquisador Paulo Horta, as algas serão colocadas em dois sistemas diferentes: em formato de balsas flutuantes e de tapetes, em três diferentes pontos da lagoa.
Segundo o especialista, no verão é o período do ano em que há maior proliferação das bactérias, por isso é essencial o projeto estar funcionando nesta estação.
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— A primeira etapa é experimental, mas depois de funcionar, em dois anos a lagoa já deve estar totalmente saudável. A parte experimental é, na verdade, para que possamos entender as regulagens desses sistemas implantados na lagoa — explica.
Em janeiro de 2021, um rompimento da Casan no bairro ocasionou a invasão de esgoto na Lagoa da Conceição. Desde então, conforme conta Horta, não só a água foi afetada, mas toda a vegetação local.
O projeto, já financiado pela Fapesc, foi criado após este incidente, e apresentado desde então aos órgãos responsáveis. A Casan já é uma apoiadora da pesquisa.
— São décadas de poluição crônica e mais essa poluição que foi um desastre. Queremos restaurar a agúa, vegetação, mas também a conexão da sociedade com o meio ambiente, com a Lagoa da Conceição. É uma restauração cultural — diz.
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Para que a recuperação da Lagoa da Conceição seja feita, é necessário que a Floram aprove as demandas burocráticas solicitadas pelo próprio órgão e já enviadas pela UFSC, conforme afirma o coordenador da pesquisa. O projeto custa, atualmente, R$ 512 mil.
Além do processo de limpeza a partir de algas, a UFSC pretende recuperar as vegetações ao redor da lagoa e dar vida aos manguezais presentes no local.
— A lagoa está muito vulnerável do ponto de vista ambiental. Precisamos fazer essas ações e também falar sobre a situação nas escolas, para que ocorra uma conexão da sociedade com ela novamente — afirma.
A Floram informou em nota que está “aguardando o protocolo de requisitos técnicos solicitados à UFSC”. A Casan, por sua vez, disse que aguarda as licenças ambientais e está na “expectativa de o projeto prove a eficiência da solução para a Lagoa da Conceição”.
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