Santa Catarina deve voltar a ter ainda este ano um poderoso time do segundo esporte mais popular do Brasil. A equipe ficará sediada em Lages, na Serra, e nascerá já com o ousado objetivo de chegar, logo na primeira temporada, às semifinais da principal competição do país.
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A proposta de fundar um novo time de vôlei no Estado é do empresário Paulo Mendes, que atua no ramo de tecnologia em Florianópolis. Com o fim do patrocínio master na equipe Super Imperatriz, sediada na capital, Paulo entendeu que Santa Catarina não podia ficar sem uma grande representação na Superliga Masculina, e escolheu Lages para abrigar o seu projeto pelo fato de a cidade de 156 mil habitantes estar em franco desenvolvimento, contar com grandes empresas e estar localizada em uma área central do Estado, de fácil acesso a moradores de todas as regiões.
A equipe contará com 25 pessoas, sendo 16 atletas, com a possibilidade de um ou dois serem de Lages. Alguns deles, de alto nível, títulos internacionais e passagens pela seleção brasileira, já estão confirmados, como André Nascimento, Ricardinho e Rodrigão.
As categorias de base vestirão a camisa do Inter de Lages, um dos times de futebol mais tradicionais do Estado. Ações sociais junto à comunidade lageana também estão incluídas no projeto.
O nome do novo time de vôlei dependerá dos patrocínios, mas é certo que estará associado a Lages. A casa da equipe, para treinos e jogos, será o Ginásio Jones Minosso, um dos maiores de Santa Catarina, com capacidade para cinco mil pessoas e que já recebeu competições internacionais de futsal e vôlei, como o Sul-Americano de 2005, quando o Brasil foi campeão.
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A prefeitura de Lages comprometeu-se em oferecer e manter o ginásio, e a consolidação do projeto depende agora de patrocínios. A proposta é que dure pelo menos três anos, e o custo mínimo para mantê-lo é estimado em R$ 5 milhões por temporada. A intenção é iniciar os treinamentos em menos de dois meses, no dia 1º de julho.
Paulo Mendes conta também com a garantia da prefeitura e do governo do Estado de que, nas próximas semanas, Lages passará a contar com voos regulares diários para Florianópolis, possibilitando as viagens do time e dos adversários durante a Superliga. A expectativa é que, com isso, abra-se a oportunidade para voos diretos de Lages a São Paulo.
– Não entraremos só participar. Teremos um time de alto nível e queremos títulos -, diz o empresário.
Entrevista com André Nascimento
Natural do Rio de Janeiro e com 34 anos de idade, sendo 15 como profissional, André Nascimento é um dos jogadores mais vitoriosos do vôlei mundial. Multicampeão com a seleção brasileira, a quem serviu durante sete anos e com quem conquistou importantes competições como a Liga Mundial e a Olimpíada, André é um dos nomes confirmados para defender o time de Lages na Superliga 2013/2014.
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* DC: Qual a sua ligação com Santa Catarina?
André: Minha esposa é de Florianópolis, onde moro desde 2005. Joguei muito aqui no Estado, inclusive em Lages, no Sul-Americano.
* DC: Qual a sua expectativa com este projeto?
André: Estou apoiando porque sempre tive o sonho de jogar em Florianópolis e estou triste porque o time (Super Imperatriz) não vai continuar. Mas Lages está perto de casa, e estou empolgado com isso.
* DC: Será um time só para competir ou ser campeão?
André: Depende muito de recursos, e o mercado está rolando. Mas a ideia é montar um bom time para estarmos entre os melhores do Brasil, até para ser vitrina do nosso projeto social. Tem que ser algo duradouro, de no mínimo três anos.
* DC: Um grande time no interior do Estado ajuda a difundir o vôlei no país?
André: A intenção é levar para o Brasil inteiro. É preciso criar um vínculo com a cidade. O catarinense gosta muito de vôlei. Prova disso foi o ginásio lotado em Lages, em 2005.
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