Uma nota enviada à imprensa, assinada por Laércio Tomé, empresário que assumiu o controle da transportadora Dalçoquio no ano passado, esclarece o processo movido pelo antigo dono da empresa, Augusto Dalçoquio, que pede a rescisão do contrato de venda.

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No texto, Tomé tranquiliza os funcionários e afirma ter herdado dívidas que eram desconhecidas da nova administração quando a empresa foi adquirida. O empresário diz ter gastado R$ 30 milhões para recuperar a saúde financeira da empresa e afirma ter-se visto em “situação quase kafkiana”.

O empresário Augusto Dalçoquio não comenta o processo.

Leia na íntegra:

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“Tenho um profundo respeito pela vida de trabalho do sr Augusto Dalçóquio, bem como pela sua pessoa.

Entretanto, cabe esclarecer alguns fatos, que à meu espanto, ainda que o mencionado processo esteja sob segredo de justiça, se fez público.

Afim de evitar interpretações equivocadas, e insegurança nos colaboradores , bem como nos fornecedores e instituições financeiras, que tanto apoio e confiança depositam em minha gestão, esclareço.

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Me foi oferecida a oportunidade de aquisição da empresa Transportes Dalçóquio em março de 2015.

A empresa possuía naquela ocasião uma situação difícil, com um volume de dívidas vencidas junto à fornecedores de grande monta, da ordem de dezenas de milhões, vários equipamentos parados, sem manutenção por falta de crédito. Os bancos já não liberavam nenhum crédito novo em razão do risco premente, diversas obrigações trabalhistas e obrigações contratuais junto à clientes não atendidas, e uma situação fiscal bastante delicada.

Assim , decidi, em razão da presença de mercado, da marca, dos ativos móveis, ainda que bastante obsoletos, enfrentar este desafio e preservar esta empresa tão representativa no estado e na cidade de Itajaí, que emprega mais de 1.000 funcionários diretos.

Desde então me ví envolvido em uma situação, quase kafkiana, onde quem vendeu não queria vender , quem não comprou queria ser dono, e quem estava de fato suportando a manutenção da empresa virou alvo de toda sorte de maledicências e artimanhas.

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Já coloquei mais de R$30 milhões na empresa, para suportar os investimentos necessários e o pagamento das obrigações que pactuamos com fornecedores e clientes.Coloquei mais de 60 equipamentos novos em operação.

Embora a empresa seja credora do Sr Augusto Dalçóquio em dezenas de milhões de reais, informação esta declarada pelo próprio no balanço patrimonial informado na venda e enviado aos orgãos legais, eu já paguei ao mesmo mais de R$5 milhões desde então e assumi dívidas dele com terceiros de mais R$5 milhões. Tudo comprovado e assinado em declarações pelo próprio e que já estão à disposição no processo.

Entretanto, desde que assumi a empresa, tenho sido surpreendidos periodicamente pelo aparecimento de passivos totalmente desconhecidos da contabilidade da empresa, bem como do contrato de compra x venda, onde constaram todos os passivos indicados e especificados pelo vendedor.

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Busco apenas o fiel cumprimento do que foi pactuado, sempre primando pela preservação e manutenção de todos os empregos diretos e a função social da empresa preconizada em nossos códigos legais.

Respeito o direito de cada qual pleitear o que lhe enseja, mas reafirmo meu compromisso, declarado desde o início, com a preservação da empresa, com o cumprimento do que assumi e conheci, quando da aquisição.E , acima de tudo, acredito na justiça.

A justiça determinou a apuração contábil por empresa independente e multinacional dos fatos colocados acima, os quais demonstrarão cabalmente onde situa-se a verdade.

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E onde ela se situar lá estarei para recepcioná-la”.

Laércio Tomé.