O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um boletim nessa quarta-feira (12) em que comunica o fim do El Niño, que se caracteriza pelo aquecimento acima do normal do Oceano Pacífico na altura da linha do Equador. Com o fim do fenômeno, ocorre a chegada do La Niña que, por sua vez, atua no resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial.
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Conforme a organização meteorológica, ainda não se pode afirmar a intensidade do La Niña, mas geralmente os impactos causados pelo fenômeno são chuva acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva ocorre de forma irregular e aumentam os riscos de seca ou estiagem, principalmente durante a primavera e o verão.
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Desde o início de abril, o Inmet registrou um resfriamento substancial das temperaturas da superfície do mar e, no segundo trimestre do ano (no inverno), a probabilidade é de que o país já esteja sob os efeitos do La Niña, que deve se formar por completo até setembro.
— Os efeitos desses fenômenos são cada vez mais perceptíveis com o passar dos anos, provavelmente, pelo efeito da ação do homem, que gera mudanças no clima e, consequentemente, El Niños e La Niñas cada vez mais fortes e frequentes — explica Marcelo Martins, meteorologista da Epagri/Ciram.
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Pouco frio e muita chuva para SC
A chegada do La Niña a Santa Catarina será marcada por fortes chuvas, com totais elevados em curto intervalo de tempo, temporais com descargas elétricas, granizo e períodos de estiagem. Outra característica que será marcante, conforme previsão da Epagri/Ciram, é a falta de frio intenso e duradouro.
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O meteorologista Marcelo Martins explica que, normalmente, em anos de La Niña, a precipitação diminui e, naturalmente, os dias ficam mais gelados. No entanto, o cenário tem se alterado com as constantes mudanças climáticas.
— A gente não tem percebido o frio de maneira tão intensa. O que tem ocorrido, com certa frequência, são La Niñas naturalmente mais secas e frias, mas com frio cada vez menor — destaca.
No mês de junho, por exemplo, estão sendo registrados períodos com temperaturas elevadas (acima dos 30°C) mesmo fora de época. Esses episódios são chamados de “veranicos” que, além do calor, também trazem a formação de nevoeiros, especialmente durante as manhãs.
Isso não quer dizer, no entanto, que não vão ocorrer episódios de frio mais significativo no Estado. A chegada de massas intensas de ar frio ao Sul do Brasil, associadas à condição de frio mais abrangente, será favorável à formação de geada ampla em Santa Catarina. Por isso, episódios de neve podem ocorrer associados às massas de ar frio, sobretudo no Planalto Sul.
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Para julho, a previsão é de chuva acima da média climatológica na faixa leste de Santa Catarina, variando de 70 mm a 140 mm do Planalto ao Litoral, e abaixo da média do Extremo Oeste ao Meio Oeste, de 110 mm a 170 mm, sendo o mês de junho um pouco menos chuvoso em relação a julho.
De acordo com previsão da Epagri, a chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, sistemas de baixa pressão e a corrente de ventos fortes em altos níveis da atmosfera. Esta também será a época de atuação frequente dos ciclones extratropicais próximos ao litoral Sul do Brasil, que oferecem perigo às embarcações, com ventos fortes e mar agitado, que muitas vezes resultam em ressaca.
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