O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski negou nesta terça-feira que empresas vinculadas a ele tenham recebido dinheiro da Odebrecht, um caso que a Procuradoria do país pede que seja investigado pelo Ministério Público.
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“É falso, completamente falso”, declarou o presidente após uma atividade pública, perguntado por jornalistas sobre as suspeitas da procuradora Katherine Ampuero, baseadas em supostos depósitos da Odebrecht a companhias vinculadas a Kuczynski.
Ampuero, procuradora ad hoc para o caso de pagamento de propinas de construtoras brasileiras, informou na segunda-feira ter solicitado ao Procurador da República, Pablo Sánchez, a abertura de uma investigação preliminar contra Kuczynski, “por supostas operações suspeitas e supostos aportes da Odebrecht Latinvest Perú a favor da empresa Latin America Enterprise, que estaria vinculada ao senhor presidente”.
O objetivo de Ampuero é verificar se a Odebrecht, que reconheceu ter pago subornos no Peru por cerca de 29 milhões dólares para beneficiar-se com obras públicas, participou o financiamento da última campanha de Kuczynski, que também foi primeiro-ministro de Toledo durante a licitação irregular da obra à empreiteira.
A procuradora respalda seu pedido com algumas publicações jornalísticas. O governo peruano rejeitou as acusações contra Kuczynski, que pediu à construtora que venda tudo e deixe o país.
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Para o ministro de Defesa, Jorge Nieto, a Procuradoria tem o direito de apresentar denúncias, mas de maneira profissional.
“Rejeitamos com firmeza, não a denúncia, mas a falta de profissionalismo e consistência de um trabalho que aparentemente não tem as condições (…)”, disse.
A procuradora Ampuero também apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Alan García e seu ex-ministro de Transportes Enrique Cornejo, pela suposta comissão de delitos contra a administração pública.
* AFP