O show do Kiss em São José, na Grande Florianópolis, foi um espetáculo musical e visual digno de quem faz rock and roll há 50 anos. A performance explosiva da noite de terça-feira (25) renovou a admiração dos fãs e encerrou a passagem da banda pelo país – ao que tudo indica, agora de forma definitiva.

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“Isso não é Florianópolis. Isso é Floripa!”, bradou após “Deuce” o frontman Paul Stanley, que criou uma espécie de laço de intimidade com o público. Com comentários, danças e outras gracinhas, ele divertiu a plateia Hard Rock Live Florianópolis do início ao fim.

No mais, a performance de aproximadamente duas horas cumpriu o que manda o script do grupo, conhecido pelo planejamento performático.

Destaque para músicos içados por plataformas gigantescas, cuspes de fogo e sangue e canhões que explodem junto com batidas do bumbo de Eric Singer. 

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Essa foi a segunda excursão do Kiss pelo Brasil com a turnê de despedida “End Of The Road”, que em 2022 percorreu três estados – Santa Catarina não estava entre eles. Dessa vez, além de São José, o roteiro incluiu Manaus (AM), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP).

A previsão é que os norte-americanos se aposentem, definitivamente, no fim deste ano, nos Estados Unidos. O clima da noite de terça-feira no Hard Rock Live, no entanto, mostrou por que é tão difícil dizer adeus. 

Desfile entre épocas

O quarteto desfilou em saltos altos, para pelo menos 15 mil pessoas, por hits de diferentes épocas. As primeiras notas de Tommy Thayer anunciaram “Detroit Rock City”, que abriu o espetáculo. “Shout It Out Loud,”, “Deuce” e “War Machine  vieram em seguida e mostraram a energia da banda de 1973.

Em “Love it Loud”, o baixista Gene Simmons mostrou, pela última vez ao público brasileiro, a famosa peça onde cospe fogo, esquentando ainda mais o clima no Hard Rock Live. Após “Doctor Love”, outro momento emblemático: um dueto descontraído de guitarras entre Paul Stanley e Tommy Thaye fez a plateia sorrir.

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O tom de adeus foi marcante em alguns momentos. Stanley lembrou que a banda, conhecida por lotar estádios do Maracanã e Morumbi, estava vivendo um momento histórico. “Floripa, esse pode não ser o maior público, mas é o último público”, afirmou. As investidas foram retribuídas pelo público. 

Para a estudante de arquitetura e urbanismo Vitória Mência, de 23 anos, que foi com maquiagem inspirada na banda, participar dessa história emociona. Essa foi a primeira oportunidade de vê-los ao vivo.

“Não tinha como perder esse show. Eu nasci e cresci ouvindo Kiss, ouvindo rock, frequentando esse tipo de evento. Estar aqui, em uma última tour, neste lugar, é muito especial. Chego até a me arrepiar”, relatou.

Vitória e a amiga Lina antes do evento começar (Foto: Sofia Mayer)

A despedida já estava mais próxima quando Paul Stanley anunciou o hit Psycho Circus: “Eu tenho um pressentimento de que nós podemos transformar esse lugar em um Circo psicótico”, disse. Em seguida, o solo de bateria de Eric Singer estremeceu a casa por cerca de cinco minutos. A banda, então, começou a tocar “God of Thunder”, que criou caminho para outro momento esperado: a baba de sangue de Simmons.
Aos 8 anos, o pequeno Matheu Donato Barela (foto abaixo) agradeceu pela oportunidade de ver a banda. Com a maquiagem do baixista reproduzida no rosto, ele mostrou que o legado do grupo norte-americano atravessa gerações, e deve permanecer mesmo após o fim do Kiss.

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Gabriel e o filho Matheu, vestido de Gene Simmons (Foto: Sofia Mayer)

Setlist

Detroit Rock City

Shout It Out Loud

Deuce

War Machine

Heaven’s On Fire 

I Love It Loud

Say Yeah

Cold Gin

Lick It Up

Making Love

Dr. Love

Psycho Circus

God Of Thunder

Love Gun

I Was Made For Lovin’ You / Black Diamond

Beth

Do You Love Me

Rock And Roll All Night

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