A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, negou na noite desta terça-feira qualquer intenção de promover uma reforma constitucional visando sua terceira eleição consecutiva, em 2015, como defendem os governistas.
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– Não vou propor uma reforma da Constituição – afirmou a presidente para milhares de partidários ao encerrar o Congresso para a Democratização da Justiça, organizado por uma universidade estatal em um estádio da periferia de Buenos Aires.
A Constituição prevê apenas uma reeleição presidencial, já obtida por Kirchner em 2011, com 54% dos votos.
A coalizão Frente para a Vitória (peronistas e aliados), que faz oposição à Kirchner, afirma que a presidente tem planos para se perpetuar no poder.
Kirchner, 60 anos, lembrou que acaba de obter no Congresso a aprovação de um pacote de leis para reformar o Poder Judiciário, sob o argumento de democratizar a Justiça.
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A oposição tentou barrar a reforma do Judiciário afirmando que trata-se de uma manobra de Kirchner para controlar os juízes e suprimir sua independência.
– Como se pode estar contra a eleição dos membros do órgão político da Justiça, o Conselho da Magistratura, pelo voto popular?! – perguntou Kirchner à multidão.
Doze dos 19 integrantes do Conselho, que elege e remove os juízes, serão escolhidos nas próximas eleições legislativas para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, no dia 27 de outubro.
A reforma judicial também restringiu as medidas cautelares, recurso utilizado pelo grupo de mídia Clarín desde 2009 para evitar a cláusula contra o monopólio da lei de audiovisual.
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