É em um estúdio de body art – ou arte corporal – localizado dentro de um shopping center, em Joinville, que o músico, tatuador, surfista e empresário Marcos Antonio Hinorato, 34 anos, passa a maior parte de seu tempo.
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Mais conhecido como Kinho, ele trabalha com modificações corporais há 12 anos.
– Tatuagem é uma arte representada de outra forma. É ter sua obra perambulando pelo mundo. Adoro ver alegria e realização nos olhos de uma pessoa que quis fazer uma homenagem a um ente querido que se foi ou a alguém que acaba de chegar. A arte da tatuagem é milenar e continuará sendo nos próximos mil anos -, acredita.
Kinho nasceu em Rio dos Cedros, uma pacata cidade nos arredores de Blumenau.
– Venho de uma família humilde. Minha mãe, que é uma guerreira, sempre nos mostrou como ser honesto e viver com dignidade. Morei em um sítio e é de lá que tenho muitas lembranças boas de minha infância. Brincava de bola pelos pastos, ajudava minha mãe nos afazeres do sítio. E sempre tive meu irmão como meu melhor e maior amigo em tudo. Aprendemos tudo juntos e assim estamos até hoje. Amo Joinville, uma cidade maravilhosa para se viver e que escolhi para criar minha filha -, conta, referindo-se à pequena Isabela, de um ano e meio.
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Seu último CD, “De Alma Lavada”, é dedicado à filha. Kinho chegou, inclusive, a participar da “Garagem do Faustão”, ficando entre os finalistas.
O tatuador é filho de músico. O pai de Kinho, que morreu há seis anos, era músico sertanejo. Ele chegou a lançar três discos em vinil no mercado e apresentou um programa chamado “Amanhecer Sertanejo” nas manhãs de domingo. O tatuador sempre assistia aos ensaios da banda do pai na sala de casa.
– Me apaixonei pela música logo cedo. Aos 16 anos, compus minha primeira música e vi que poderia seguir nesse caminho de compositor -, relembra.
Para ele, música significa vida. Quando ele está com algum problema, logo puxa o violão pelo braço.
– Eu não saberia viver sem música. Posso perder tudo na vida, mas a música sempre será presente. Pode-se mudar muita coisa por meio da música. Quem já não se confortou ouvindo um som que fale de coisas boas? Esse é meu propósito musical. Às vezes, termino de compor um trabalho e me pego chorando. A emoção transborda por meio da arte, e tudo que devemos fazer é deixar ela acontecer. É algo divino -, pensa.
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O profissional, que apesar de ainda ser jovem e saber que ainda tem muito o que viver, já carrega uma rica bagagem de aprendizados e ensina:
– Um caminho de pedras pode ser muito mais difícil de ser percorrido, mas a certeza de chegar ameniza a dor, e não há nada que pague o prazer da conquista.