Seis anos após herdar o poder de seu pai, Kim Jong Un concretizou sua autoridade absoluta na Coreia do Norte e levou o país a sucessos nucleares inéditos, e agora trata de se projetar no cenário internacional.
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Em uma visita cercada de segredo, Kim Jong Un escolheu Pequim para sua primeira viagem ao exterior como líder norte-coreano, e qualificou a visita como um “dever solene” para com a China.
Terceiro da dinastia familiar iniciada por seu avô, Kim Il Sung, e mantida por seu pai, Kim Jong Il”, o jovem presidente norte-coreano transformou seu país em potência nuclear dotada de mísseis balísticos capazes de atingir os Estados Unidos.
Na área diplomática, Kim Jong Un retirou a Coreia do Norte do ostracismo internacional quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu se reunir com ele para discutir a eliminação das armas nucleares da península coreana.
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Ao assumir o poder, em 2011, era considerado vulnerável e passível de ser manipulado por membros graduados do regime, mas Kim foi eficiente em calar as vozes dissonantes, com uma política agressiva e provocadora diante da comunidade internacional.
Concentrou em suas mãos o poder absoluto sobre o partido único e as Forças Armadas, destruindo os potenciais adversários internos.
Sua vítima mais notável foi seu influente tio Jang Song Thaek, executado em 2013 por traição, dando início a uma série de expurgos.
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No ano passado, seu meio-irmão Kim Jong Nam foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur, em uma cena digna da Guerra Fria, e as suspeitas recaíram sobre Pyongyang.
Apesar da repressão que segundo organismos de direitos humanos mantém entre 80 mil e 120 mil norte-coreanos em campos de concentração, Kim se esforça para parecer amável, ao menos na propaganda oficial, na qual sorri e brinca com militares, funcionários e cidadãos comuns.
Seu cabelo, roupa e modo de falar parecem querer recordar o fundador da Coreia do Norte, seu avô Kim Il Sung, um personagem venerado.
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A data de nascimento precisa de Kim Jong Un jamais foi revelada, mas ele é do início dos anos 80, filho de uma dançarina coreana nascida no Japão e terceira mulher de seu pai, falecida de câncer de mama em 2004.
Seu casamento com Ri Sol-Ju foi revelado apenas em julho de 2012, com a aparição de algumas fotos da jovem. Segundo a imprensa sul-coreana, o casal teve seu terceiro filho no início de 2017.
Estudou na Suíça, sob os cuidados de sua tia materna Ko Yong-Suk e o marido, e é lembrado pelo pessoal da escola como um menino tímido que gostava de esquiar e ver os filmes de ação de Jean-Claude Van Damme.
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Surgiu publicamente na hierarquia norte-coreana em 2008, após o AVC sofrido por seu pai, quando o regime decidiu acelerar os preparativos para a sucessão.
Segundo as palavras do próprio Kim, a visita à China – sua primeira viagem oficial ao exterior como líder da Coreia do Norte – “foi meu dever solene, sendo alguém que deve cuidar e manter as relações RPDC-RPC através das gerações”.
A reunião em Pequim precede a realização de cúpulas com Seul e Washington.
* AFP