O líder norte-coreano, Kim Jong Un, analisou formas de alcançar uma distensão na península da Coreia com uma delegação de alto nível enviada pelo governo de Seul a Pyongyang, informou nesta terça-feira (5) a agência estatal KCNA.

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Kim deu “calorosas boas-vindas” aos funcionários sul-coreanos, que lhe entregaram uma carta do presidente Moon Jae-In.

Também “teve uma conversa honesta com a delegação de enviados especiais do Sul sobre os problemas relacionados à melhora efetiva das relações Norte-Sul e com as garantias de paz e estabilidade na península coreana”, disse a KCNA.

“Após escutar o emissário especial evocar o projeto de uma cúpula com o presidente Moon Jae-In, houve uma troca de pontos de vista e sua aprovação”, destacou a agência.

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Já o governo em Seul disse que não há qualquer acordo sobre uma reunião entre Moon e Kim.

“Não há acordo, apenas discussões”, disse à AFP um alto funcionário da presidência sul-coreana.

Esta reunião com funcionários de alto escalão da Coreia do Sul que foram ao Norte é a primeira em mais de uma década e o mais recente passo na aproximação entre as duas Coreias, favorecido pelos Jogos Olímpicos de Inverno no Sul.

A delegação pressiona para que o governo de Pyongyang, em meio a uma corrida nuclear, dialogue com os Estados Unidos, depois que a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, compareceu aos Jogos de Pyeongchang.

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A visita de Kim Yo Jong foi a primeira de um membro da dinastia no poder no Norte desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953). Kim Yo Jong aproveitou a ocasião para convidar o presidente Moon a uma cúpula em Pyongyang.

Os Jogos proporcionaram “um bom ambiente para a reconciliação, a unidade e o diálogo entre o Norte e o Sul”, declarou Kim Jong Un à delegação visitante, segundo a KCNA.

O presidente sul-coreano tentou aproveitar os Jogos de Pyeongchang para abrir um diálogo entre Pyongyang e Washington com a esperança de diminuir as tensões na península da Coreia.

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“Prevemos discussões de fundo sobre as formas de prosseguir não somente no diálogo intercoreano, como também no diálogo entre a Coreia do Norte e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos”, declarou antes de viajar a Pyongyang o conselheiro de Moon para a Segurança Nacional, Chung Eui-Yong, que lidera a delegação sul-coreana de 10 membros.

A Coreia do Norte, isolada e empobrecida, desafiou no ano passado as sanções da ONU e realizou seu teste nuclear mais potente até a data, além de lançar vários mísseis capazes de alcançar o território continental americano.

Trata-se da primeira delegação ministerial sul-coreana que viaja à Coreia do Norte desde dezembro de 2007.

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Um ano depois, o presidente conservador Lee Myung-bak chegou ao poder e as relações bilaterais se agravaram.

Entre os membros da atual delegação, que regressará nesta terça-feira, está Suh Hoon, chefe do serviço de inteligência da Coreia do Sul (NIS), que teve um papel fundamental nas negociações que levaram às cúpulas intercoreanas de 2000 e 2007.

Na quarta-feira, a delegação sul-coreana viajará a Washington para relatar suas discussões.

* AFP