O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, de 69 anos, está no Brasil e passa o dia em Brasília. A visita dele ocorre em um momento delicado das relações entre o Brasil e os Estados Unidos, pois há pouco mais de um mês surgiram as denúncias de que agências norte-americanas monitoravam cidadãos em vários países, inclusive no Brasil. Assessores que prepararam a visita disseram que o mal-estar não ofuscará a discussão de vários temas bilaterais comuns, como inovação, tecnologia e ciência.
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Em encontro com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Kerry defendeu a espionagem dos programas americanos e defendeu um diálogo maior para que as autoridades brasileiras entendam as ações dos EUA.
O secretário americano está no Brasil no momento em que as autoridades brasileiras aguardam mais informações dos Estados Unidos sobre o monitoramento de dados de cidadãos nos meios de comunicação, conforme denunciou Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços para a Agência de Segurança Nacional (NSA).
Kerry chega ao Brasil depois de passar pela Colômbia. Em Brasília, Kerry se reuniu na Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e seguiu para o Itamaraty, para o encontro com o chanceler Antonio Patriota e outro que está previsto com a presidente Dilma Rousseff.
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No cargo há seis meses, Kerry provocou críticas dos governos latino-americanos ao se referir à América Latina como “quintal”. Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, reagiram aos comentários cobrando explicações. Mas as autoridades brasileiras preferiram minimizar os efeitos do comentário, ao interpretar que houve uso indevido de palavra e não uma agressão.
O esforço dos assessores brasileiros e norte-americanos é para que a visita de Kerry tenha resultados positivos. Nos últimos cinco anos, o fluxo de comércio entre os Estados Unidos e o Brasil aumentou 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões. Os Estados Unidos são o país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010. Em 2012, os Estados Unidos foram o maior investidor estrangeiro no Brasil.