O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu nesta quinta-feira a presença de tropas terrestres árabes e sírias para combater o grupo Estado Islâmico (EI), durante uma reunião ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), em Belgrado.

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“Todo o mundo sabe que, sem a capacidade de encontrar tropas terrestres dispostas a se opor ao Daesh (acrônimo do EI em árabe), o conflito não poderá ser vencido completamente apenas com os bombardeios”, declarou Kerry.

Ele explicou que pensa em tropas “sírias e árabes”, e não ocidentais, embora tenha afirmado que os Estados Unidos poderão enviar 50 unidades de suas forças especiais à Síria.

“Se conseguirmos pôr em marcha uma transição política, permitiremos que todas as nações e entidades se unam, o Exército sírio junto com a oposição… junto com Rússia, Estados Unidos e outros para ir lutar contra o Daesh”, disse Kerry.

“Imaginem com que velocidade se eliminaria essa praga (o EI), no espaço de alguns meses, se fôssemos capazes de conseguir essa resolução política”, insistiu o secretário de Estado.

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No avião em que viajava na quinta à noite rumo à Nicósia, um dos diplomatas de sua equipe moderou as declarações de Kerry.

“É bastante hipotético e com muitos ‘se'”, advertiu.

“Se conseguirmos uma transição política, que conte com o apoio do povo sírio e dos grupos de oposição, então, sim, o combate contra o EI poderá ser mais eficaz”, explicou o diplomata americano, que pediu para não ser identificado.

Ele acrescentou, porém, que “continuamos pensando – e isso também se aplica ao Iraque – em que essas tropas terrestres devem ser locais (…) originárias do país, que conheçam a cultura, os grupos, o terreno e que contariam com o apoio de bombardeiros da coalizão”.

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