Por que Kennedy vai ganhar?

A Vitória da Persistência

Apoiado no discurso do novo, Kennedy Nunes venceu depois de três tentativas. Considerado azarão no início da campanha, recorreu a propostas ousadas, falou no corte de R$ 0,35 na passagem de ônibus e na construção de elevados para vencer a disputa. Os mais de 100 mil votos em 7 de outubro garantiram o respeito dos adversários e o apoio do PT e do PSDB na reta final.

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O caminho de Kennedy Nunes até a vitória foi pautado pela insistência. O primeiro obstáculo foi obter o aval do PSD para se lançar candidato. Precisou disputar a vaga com Darci de Matos. Enfrentou ainda o senador Luiz Henrique da Silveira, que desejava que fosse vice de Udo Döhler, ideia compartilhada por Raimundo Colombo. Na tentativa de convencê-lo a desistir, o governador o convidou para assumir a Secretaria Estadual da Assistência Social, proposta recusada pelo deputado estadual.

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O único a bancar a candidatura foi Gelson Merisio, presidente do PSD em Santa Catarina. Kennedy não contou com nenhum aliado de peso. O governador, que seria o seu maior cabo eleitoral, não subiu no palanque do PSD. Com pouca habilidade na costura de alianças, conquistou somente o apoio do PSB para dar a largada na campanha. Sem entendimento sobre o vice, encontrou uma solução caseira ao ir de chapa-pura com Afonso Ramos, indicação de Darci de Matos.

Para fazer a candidatura deslanchar, teve de desconstruir a imagem de briguento. Recorreu ao estilo paz e amor. Andou de bicicleta, gravou cenas dirigindo para falar dos elevados e mostrar que suas propostas são executáveis.

Por que Udo vai ganhar?

A Vitória da Gestão

Apostando no perfil de gestor e tendo como grande cabo eleitoral o senador Luiz Henrique da Silveira, Udo Döhler virou o jogo na última semana da campanha. Liderança empresarial reconhecida em todo o país, defendeu propostas pé no chão e o planejamento a longo prazo.

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Com o slogan mãos limpas e anunciando que abriria mão do salário caso eleito, se mostrou como a alternativa para o eleitor desacreditado da política e dos políticos. Um dos principais desafios de Udo foi descontruir a imagem de candidato dos ricos. Para se tornar mais popular, teve de vencer ou pelo menos diminuir a falta de traquejo diante das câmeras.

Circulou com exaustão pela periferia bateu de porta em porta, conversou com a dona Maria e o seu João. Sem alcançar os dois dígitos nas pesquisas em julho, embalou com o início da propaganda no rádio e TV. Surpreendendo o partido, Udo Döhler apareceu na liderança em setembro, mas avançou para o segundo turno com 85.817 votos, atrás de Kennedy Nunes (PSD).

No final da campanha, não contou com nenhuma adesão de peso. Raimundo Colombo continuou longe de Joinville em respeito a Luiz Henrique da Silveira. O PSDB de Marco Tebaldi apoiou o adversário e não houve acerto com o PT de Carlito Merss.

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Atrás nas pesquisas, Udo subiu o tom e explorou as fragilidades do adversário, que se aliou a antigos rivais. Também colocou o pé na estrada, lembrando o que ocorreu na eleição de 1988 Luiz Gomes ganhou de virada de José Carlos Vieira. A estratégia deu certo. O eleitor escolheu o gestor.