O duelo do segundo turno em Joinville confirma o que foi previsto na última pesquisa do Ibope. De um lado, Kennedy Nunes (PSD), que concorre pela terceira vez a prefeito. Do outro, Udo Döhler (PMDB), que nunca tinha disputado uma eleição.

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Com dificuldades para sair candidato (disputou a candidatura dentro do PSD com Darci de Matos), Kennedy Nunes foi crescendo aos poucos nas pesquisas. Apareceu em segundo, caiu para terceiro e somente na última rodada do Ibope assumiu a liderança em pontos, embora tecnicamente empatado com Udo Döhler.

Com pouca habilidade para costurar alianças (hoje tem somente o PSB na coligação), vai agora atrás do PSDB de Marco Tebaldi, de quem tem planos de herdar pelo menos uma parcela dos 45,6 mil votos. Não descarta a possibilidade de buscar o apoio de Carlito Merss (PT), com quem rompeu politicamente em 2009.

Outro desafio é o envolvimento de Raimundo Colombo (PSD), que não participou da campanha até agora para não bater de frente com Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

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– Nesta segunda, tenho um almoço com o governador: vamos conversar -, disse Kennedy Nunes. O candidato sabe que pode não ter o apoio do governador, mas espera que o adversário também não o tenha no palanque.

Sem alcançar os dois dígitos nas pesquisas em julho, a campanha de Udo Döhler embalou depois do início da propaganda no rádio e na TV, quando colou na imagem de Luiz Henrique da Silveira. Grande arquiteto da candidatura do empresário, o senador levou o PMDB a repetir a estratégia de 2008 e, apostar em um nome novo, articulação que não deu certo daquela vez com a derrota de Mauro Mariani.

A manobra implodiu qualquer possibilidade de retomada da tríplice aliança, tanto que para o segundo turno se fala na possibilidade de o PT apoiar o PMDB. Considerando a rejeição e a derrota de Carlito Merss, os pemedebistas não querem ter a imagem de Udo Döhler colada à do atual prefeito, mas estão de olho no apoio de Dilma Rousseff.

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– Segundo turno é outra eleição, mas não vou me envolver nas negociações, não tenho traquejo -, disse o candidato do PMDB.

Apesar de nunca ter saído do governo, o PMDB não tem um prefeito desde 2002, quando LHS entregou o cargo para Marco Tebaldi para se candidatar ao governo estadual. A presença de Udo no segundo turno é a oportunidade de o PMDB voltar ao comando da Prefeitura de Joinville.

A grande surpresa desta eleição ficou por conta de Marco Tebaldi (PSDB), que liderava as intenções de voto com 29% em 15 de julho, segundo o Ibope. Considerado um forte candidato ao segundo turno, caiu nas pesquisas seguintes e na última rodada do Ibope apareceu em quarto lugar.

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O prefeito Carlito Merss (PT) viu frustrada sua intenção de conseguir um novo mandato. Com uma gestão contestada, amargou altos índices de rejeição em todas as pesquisas de intenção de voto. Pouco depois do início do horário eleitoral gratuito, sofreu o pior desgaste: teve o registro da candidatura cassado pela Justiça Eleitoral.

O argumento é de que o atual prefeito teria extrapolado o valor médio gasto com publicidade institucional da Prefeitura de Joinville no primeiro semestre de 2012. A legislação eleitoral permitiu que a campanha continuasse normalmente, mas o TRE contabilizou os votos no petista como nulos. Pela apuração paralela do partido, Carlito calcula ter feito 57,4 mil votos.

Na região

Nos 26 municípios da região Norte, o PMDB elegeu nove prefeitos. Apesar de ter garantido 11 prefeituras em 2008, ainda é do PMDB a marca de maior legenda da região. DEM e PP perderam lugar para o PSD, que elegeu quatro prefeitos.

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O PP manteve a Prefeitura de São Francisco do Sul com a reeleição de Luiz Zera (PP). O eleitor de Jaraguá do Sul optou por Dieter Janssen (PP). No Estado, as atenções se voltam agora para Florianópolis e Blumenau, onde também haverá segundo turno.

>> Veja o site especial da apuração da Eleições 2012