Três atletas defenderam seus títulos mundiais com sucesso nesta segunda-feira, em Pequim, com o tetracampeonato do queniano Ezequiel Kemboi nos 3.000 com barreiras, o tri da jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce nos 100 m e o bi da colombiana Catherine Ibargüen no salto triplo.

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A maior surpresa do dia foi no salto com vara, com o jovem canadense Shawnacy Barber voando no ‘ninho de pássaro’ para faturar o ouro, derrotando o grande favorito Renaud Lavillénie, que ficou apenas com o bronze.

Recordista mundial indoor (6,16 m) e atual campeão olímpico, o francês de 28 anos soma quatro medalhas em Mundiais, mas foi novamente frustrado na tentativa de conquistar o único título que falta na sua categoria.

Na prova mais esperada do dia, os 100 m femininos, Fraser-Pryce imitou o compatriota Usain Bolt para confirmar a hegemonia da Jamaica nas provas de velocidade.

A atleta de 28 anos, que completou a distância em 10 segundos e 76 centésimos, quase colocou tudo a perder ao relaxar no fim, mas superou a holandesa Dafne Schippers (prata, 10.81) por cinco centésimos.

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A americana Torie Bowie completou o pódio ao faturar o bronze (10.86).

– ‘Foguetinho’ jamaicano –

Como Bolt, Fraser-Price é a atual bicampeã olímpica, e já tinha conquistado o ouro nos Mundiais de Berlim-2009 e Moscou-2013.

A comparação com o ‘Raio’, no entanto, para por aí. Ao contrário do astro, que é mais alto que a maioria dos velocistas (1.95), Shelly é ‘baixinha’ (1,53 m) e ganhou o apelido de ‘pocket rocket’ (foguetinho, em tradução livre).

Ela tampouco ostenta o domínio de Bolt nos 200 m apesar de ter conquistado o ouro nesta distância no último Mundial, em Moscou-2013, além de ter levado a prata nos Jogos de Londres-2012.

Shelly já avisou que não iria tentar o bi naquela prova. “Não vou competir nos 200 m, meu planejamento sempre foi correr apenas os 100 m”, justificou a atleta, que não tem o carisma do compatriota, mas encantou a torcida com seu visual extravagante, usando longos dread locks pintados de verde e pequenas flores para enfeitar o cabelo.

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Mais cedo, a brasileira Rosângela Santos disputou as semifinais dos 100 m, fechou a prova em 11.07, perto da sua melhor marca na temporada (11.04), mas não conseguiu se classificar para a final.

– Quarteto queniano –

Os astros jamaicanos brilharam as provas de velocidade, o hegemonia do Quênia no meio-fundo foi ainda mais impressionante, principalmente nos 3.000 com barreiras.

Kemboi conquistou o quarto título consecutivo na modalidade, e a prova teve quatro atletas do país africano nas primeiras quatro posições.

Campeão Olímpico em Atenas-2004 e Londres-2012, Kemboi, de 33 anos, completou a distância em 8 minutos, 11 segundos e 28 segundos, na frente do compatriota Conseslus Kipruto (8:12.38), que já tinha levado a prata no Mundial de Moscou-2013.

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Birmin Kiprom Kipruto completou o pódio ao ficar com o bronze (8:12.54). Jaius Birech, dono do melhor tempo da temporada (7:58.83), ficou em quarto (8:12.62).

Também deu Quênia nos 10.000 metros femininos, com o ouro de Vivian Cheruiyot, que subiu pela quarta vez no lugar mais alto do pódio em Mundiais.

A meio-fundista de 31 anos tinha faturado a ‘dobradinha’ 5.000/10.000 em Daegu-2011, além de outro título nos 5.000 m, em Berlim-2009.

A prata foi para a etíope Gelete Burka (31:41.77) e o bronze para a americana Emily Infeld (31:43.49).

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No salto triplo, a colombiana estendeu a impressionante série invicta para 29 competições, desde que ficou com a prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

A saltadora garantiu o bi com salto em 14,90 m, superando a israelense Hanna Knyasyeva-Minenko (prata, 14,78 m) e a cazaque Olga Rypakova (bronze, 14,77).

“O ouro olímpico no Rio-2016 é a cereja que falta para meu bolo”, avisou a colombiana. “Quero continuar conseguindo grandes resultados. Todas as competições são importantes, e este Mundial foi especial, porque realmente queria manter o título para meu país”, completou.

A brasileira Keila Costa também participou da final, e ficou na 12ª e última posição, ao saltar 13,90 m, bem menos que nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, onde ficou com a prata, perdendo apenas para a ‘intocável’ Ibargüen.

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– Ruivo voador –

No salto com vara, Barber, de 21 anos, subiu ao topo do mundo um mês de se sagrar campeão pan-americano em casa, em Toronto.

O jovem ruivo canadense garantiu o ouro ao saltar 5,90 m na primeira tentativa.

O alemão Raphael Holzdeppe também conseguiu esta marca, mas apenas na segunda tentativa. Lavillénie dividiu o bronze com os poloneses Piotr Lisek e Pawel Wojciechowski, que também saltaram 5,80 m na primeira tentativa.

O brasileiro Augusto Dutra ficou em nono, com 5,65 m. Dono da quarta melhor marca do ano (5,92 m), Thiago Braz era esperança de medalha para o país, mas sequer conseguiu avançar para a final.

A única alegria brasileira do dia veio justamente no salto com vara, mas no feminino.

Na sessão da manhã, Fabiana Murer, única campeã mundial da história do atletismo brasileiro, garantiu a vaga para a final, ao passar sem problemas 4,55 m.

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Na quarta-feira, ela tentará buscar mais uma medalha, quatro anos depois do ouro conquistado em Daegu-2011.

lg/mr