Kelber Pereira vai a júri popular por matar esposa e filho em Blumenau

A Justiça definiu nesta sexta-feira (28) que Kelber Henrique Pereira, 29, vai a júri popular por ter matado a esposa Jéssica Ballock, 28, e o filho de apenas três meses, Théo Pereira, em Blumenau. A decisão ocorre pouco mais de um ano depois dos crimes. O réu está preso.

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O julgamento será por homicídios qualificados. No caso de Jéssica, por uso de meio cruel, sem possibilidade de defesa e feminicídio. Já em relação ao bebê há as qualificadoras de motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos.

A apropriação indébita também será julgada, já que o homem usou o carro da empresa em que trabalhava para fugir com o outro filho do casal.

O advogado de Kelber, Rodolfo Warmeling, diz que não pretende contestar a decisão. O julgamento ficou marcado para 22 de novembro.

O crime

Jéssica e Théo foram encontrados mortos dentro de um quarto no apartamento em que moravam na manhã do dia 25 de julho de 2022, uma segunda-feira, no bairro Velha. 

A jovem residia no apartamento com Kelber e os dois filhos — o de três meses e outro de quase dois anos. Na ocasião, Kelber desapareceu com o menino mais velho. Ele foi encontrado em São Paulo e o pequeno levado por um amigo à casa dos avós paternos. 

A família de Jéssica conseguiu a guarda provisória do menino na Justiça.

De acordo com o delegado delegado Ronnie Esteves, Kelber contou que no dia do crime dormia no meio da cama com a esposa de um lado e o filho mais velho, de 1 ano e 10 meses, do outro.

O bebê estava em um berço, ao lado da cama do casal. Ele teria acordado e sufocado a esposa na cama enquanto dormia, até ela desmaiar.

— Pensando que precisava “terminar o serviço” ele foi até a cozinha, bebeu água, voltou ao quarto, puxou a Jéssica para o chão, voltou à cozinha, pegou uma faca e passou várias vezes no pescoço dela — relata Ronnie.

Segundo o delegado, Kelber disse que não se lembra quantas vezes desferiu os golpes de faca, mas o laudo da perícia apontou que foi “mais de uma”, já que a lesão no pescoço foi profunda e quase resultou em decapitação.

Ainda de acordo com o depoimento do investigado, o bebê então teria acordado e começado a chorar. Ele ficou desesperado e não sabia o que fazer com Théo, que mamava e dependia da mãe que estava morta. 

Kelber então pegou o bebê, colocou na cama e passou a faca no pescoço do filho. A perícia também apontou que o bebê sofreu mais de uma facada.

Depois disso, conforme a polícia, ele levou o filho mais velho até o sofá da sala e arrumou uma bolsa para que fizessem viagem. Pegou o carro e foi para o estado de São Paulo, onde foi encontrado pela polícia e preso.

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