Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000, e Pedro Pablo Kuzcynski deverão disputar, no dia 5 de junho, o segundo turno da eleição presidencial do Peru, em um duelo entre a direita e a centro-direita.

Continua depois da publicidade

Com 40% das urnas apuradas, Keiko, 40 anos, aparecia com 39,18% dos votos, contra 24,25% de Kuzcynski e 16,57% de Verónika Mendoza, da Frente Ampla (esquerda), a candidata revelação da disputa.

O partido de Keiko, a Força Popular, praticamente dobrou sua presença no Congresso, passando de 34 para 65 cadeiras, metade da Câmara, contra 28 do partido Peru pela Mudança, de Kuzcynski, e 20 da Frente Ampla.

Leia mais

10 curiosidades sobre as eleições presidenciais peruanas

Continua depois da publicidade

Eleições no Peru: candidatos encerram campanha presidencial

Vinte e três milhões de peruanos vão hoje às urnas para eleger novo presidente

A vitória de Keiko no segundo turno não está garantida, alertam analistas. Sobre a candidata, que aos 19 anos atuou como primeira-dama após a separação dos pais, ainda pesa a herança de Alberto Fujimori, que cumpre pena de prisão por crimes contra a humanidade e corrupção cometidos em 10 anos de governo.

– Kuzcynski receberá muitos votos antifujimoristas – afirmou o diretor do instituto de pesquisas Vox Populi, Luis Benavente, que acredita que os votos de Mendoza e do quarto colocado, Alfredo Barnechea (7,69%), assim como parte dos demais candidatos (10 no total), devem seguir para o “gringo”, que aos 77 anos pode ocupar um dos poucos cargos que faltam em seu currículo: a presidência.

– Teremos um segundo turno muito polarizado – prevê Benavente.

Em sua primeira mensagem após a votação, Keiko, que em 2011 foi derrotada no segundo turno pelo atual presidente Ollanta Humala, falou de conciliação e de criar pontes com o eleitorado opositor.

– Este mapa que se desenhou nos mostra claramente que o Peru quer a reconciliação, que não quer mais briga. Temos que voltar a pisar no acelerador do crescimento para que chegue sobretudo às populações mais afastadas – disse a candidata, que tem duas filhas.

Continua depois da publicidade

O irmão mais novo de Keiko, Kenji Fujimori, que utilizava helicópteros militares para passear com os amigos na época em que o pai era presidente, foi o candidato ao Congresso mais votado. Ele também não esconde as ambições presidenciais.

Para alguns analistas, a votação de domingo representa o fim de uma era política, como demonstram os fracos resultados dos ex-presidentes Alan García e Alejandro Toledo, muito vinculados ao grande mal da política peruana: a corrupção.

Leia as últimas notícias de Mundo