Ampliar a unidade de Joinville e criar mais empregos na cidade estão no planejamento da KaVo América, revela o presidente Giancarlo Schneider. Hoje, na planta joinvilense da empresa – considerada o QG do grupo -, trabalham 550 funcionários, que o executivo chama de “associados”.

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Schneider avalia positivamente a qualidade da mão de obra local e identifica a mobilidade e a infraestrutura como fatores negativos no município. Ele anuncia que a companhia vai investir mais no Chile e na Colômbia, mercados com grande potencial nos setores de atuação da empresa.

A Notícia – O cenário econômico de 2015 é dado: recessão, PIB negativo, inflação persistente acima de 8% ao ano, juros em alta, desemprego crescente e dólar acima de R$ 3. Neste ambiente, como o senhor enxerga os negócios no Brasil?

Giancarlo Schneider – Enxergo o panorama com muita preocupação e atenção redobrada à execução de nossos planos de trabalho. Porém, este cenário visto como negativo pela maior parte de nossos empresários e concorrentes pode ser, sim, uma grande oportunidade. Quando os ventos são favoráveis, fica fácil para todos. É fácil velejar em dia de vento bom e com sol. Nos dias difíceis e com ventos desfavoráveis, chuva e frio, a situação muda, e os competentes têm a possibilidade de ressaltar suas habilidades e valores frente aos despreparados, que têm ou oferecem baixo valor agregado a seus clientes. É desta forma que encaramos este desafio frente a uma economia turbulenta e de incertezas.

AN – Que valores comandam a KaVo?

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Schneider – Um de nossos valores é “o melhor time vence”. Um time focado e competente faz os melhores planos, executa-os com excelência, mede seu desempenho continuamente, corrige a rota sempre. E, quando necessário, o mais importante, além de comunicar aos “associados” (funcionários) como devem ser realizadas as coisas, também estabelece o senso de propósito, comunicando por que fazemos o que fazemos. O compromisso de todos torna-se uma grande força eletromotriz na empresa.

AN – Há perspectivas de expansão dos negócios da companhia?

Schneider – Temos vários projetos em andamento, tanto visando ao mercado brasileiro quanto ao mercado externo. Somos fortes em determinados segmentos, e queremos utilizar nossa expertise para expandir a segmentos ainda pouco explorados por nós.

AN – Quais?

Schneider – Os da ortodontia, implantes e materiais restaurativos e estéticos. Temos investimentos para o mercado chileno e colombiano, onde também se faz uma odontologia de excelência, a exemplo do Brasil. Nos próximos três anos, temos a visão de quintuplicar nossa presença na América Latina por meio do crescimento orgânico e inorgânico.

AN – A KaVo Brasil brecou investimentos ou aplica valor importante neste ano? Se sim, em quais áreas?

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Schneider – Estamos mais conservadores e críticos na aplicação de novos investimentos, mas não podemos parar de fazê-los. Temos uma visão clara das oportunidades que nos cercam, e seguiremos com foco nesta crença. Isto nos exige excelência na execução destes planos, não nos permitindo desvios e desperdícios ao longo deste caminho. Cito investimentos na atualização do parque fabril, desenvolvimento e lançamento de novos produtos nos segmentos citados, além de localização de recursos nas regiões com potencial de crescimento, como Chile e Colômbia.

AN – O mercado brasileiro é dominante para a KaVo…

Schneider – Somos uma empresa de US$ 100 milhões na América Latina, porém ainda muito dependente do mercado brasileiro, que corresponde a 65% de nosso negócio. Temos 500 funcionários no Brasil, 55 no Chile e 60 no México. É uma base local de fornecedores com 220 empresas e estrutura de assistência técnica independente com 600 pessoas atendendo a nossos 150 mil clientes.

AN – Há investimentos em pesquisa e desenvolvimento de mercados e produtos? E prospecção de mercados novos? Quais?

Schneider – Sim. Queremos melhorar nossa presença no mercado mexicano e liderarmos os mercados chileno e colombiano. Temos também a expectativa de retornar com força aos mercados argentino e venezuelano, onde já fomos muito importantes, mas, devido às atuais circunstâncias políticas e de riscos nestes países, tivemos que desacelerar.

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AN – A unidade localizada em Joinville deve ser ampliada e mais empregos vão ser criados?

Schneider – Este é nosso objetivo e faz parte desta visão de crescimento. Já estamos há 55 anos aqui na cidade e criamos uma base sólida com nossos associados em princípios, valores e prioridades. Isto vale muito e deve ser preservado.

AN – A exportação é elemento importante das vendas da empresa? Que fatia representa do total?

Schneider – Sem dúvida, uma vez que nosso foco é todo o mercado latino-americano. Atualmente, estamos com 25% a 30% voltados à exportação dos produtos que fabricamos em Joinville.

AN – Joinville é um lugar adequado para fazer negócios?

Schneider – Joinville é nossa base operacional e que suporta nossos negócios nas demais regiões. Eu diria que é o nosso QG (quartel-general).

AN – O que ajuda e o que atrapalha?

Schneider – Estamos bem servidos de mão de obra educada e especializada. Temos bons centros de ensino. A qualidade de vida ainda pesa positivamente na relação trabalho e vida pessoal. Nosso principal desafio está na mobilidade e na infraestrutura para acompanhar o crescimento da região.

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