A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), participou na madrugada desta quarta-feira do Programa do Jô, da TV Globo. Ela afirmou que assistiu de casa, com amigos próximos, à votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

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— De repente você percebe que a coisa não vai ser como a gente imagina —observou.

Kátia disse a Jô que a sessão do impeachment foi um “show de horrores”.

— Todos ficaram impactados com aquele cenário. Antes de terminar a votação, fui para o Palácio do Alvorada. Ela (a presidente Dilma) disse que nunca imaginou que fosse viver de novo um golpe — comentou.

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A ministra classificou a denúncia que levou à aprovação afastamento da presidente como um erro e lembrou que governadores adotaram práticas semelhantes. A denúncia, segundo ela, faz referência a 2015, um ano em que não ocorreram as práticas classificadas como irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), as pedaladas fiscais.

Seu retorno ao Senado para votar a favor de Dilma no processo de impeachment está descartado, segundo ela, já que seu suplente, Donizeti Nogueira, é do PT e apoiará a presidente.

Durante a entrevista, a ministra se posicionou oficialmente pela primeira vez contra uma fala de um dirigente da Contag que convocou, em evento no Palácio do Planalto, invasões a terras de parlamentares ruralistas.

— Foi uma declaração infeliz — classificou.

Kátia relatou ainda como teve início sua relação com a presidente Dilma Rousseff.

— Eu não a tinha apoiado na primeira eleição, mas como senadora e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) tinha de ter um relacionamento institucional — explicou.

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— Já no primeiro encontro, nunca imaginei que poderia ter qualquer afinidade por ser de siglas diferentes. Mas ela é pragmática — relatou.

Segundo Kátia, ainda no primeiro mandato ocorreu um primeiro convite para ser ministra, que foi recusado.

— Eu disse que não tinha apoiado ela e que, numa outra ocasião, em uma segundo mandato, aceitaria — revelou.

O apresentador ainda lembrou o episódio em que o senador José Serra (PSDB-SP) a chamou de “namoradeira” e ela respondeu jogando uma taça de vinho no rosto do tucano.

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— Foi tão ofensivo e desagradável. Estavam todos se despedindo e ele veio de longe, na roda em que estava e soltou essa frase — afirmou.

— Ficou todo mundo olhando para ele. O Renan (Calheiros, presidente do Senado) tentou me defender de alguma forma — acrescentou.

A ministra também fez críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

— Imagina se a presidente Dilma tivesse feito um décimo do que esse senhor já fez. É inadmissível. Isso não ocorreria em qualquer país civilizado do mundo —argumentou.

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