Depois da sexta-feira e do fim de semana cheios de incertezas sobre a permanência de Joaquim Levy no cargo de ministro da Fazenda, o executivo ganhou apoio de ao menos uma colega na Esplanada. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou via Twitter que Levy está aplicando “a receita padrão que qualquer economista responsável faria”.

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“Em economia não há mago ou ‘economágica'”, disse.

Kátia Abreu também acenou ao Congresso e disse que o Parlamento está fazendo sua parte para ajudar nos ajustes.

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“Um país não sai de uma crise num passe de mágica ou em dez meses. Tudo está sendo feito para colher efeito positivo em médio prazo”, observou.

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“Há opiniões que divergem da minha e eu respeito, mas temos que ter paciência e confiar. Não dá para fazer ajustes apenas aumentando receita”, afirmou.

Ela disse ainda que é preciso cortar despesas e criticou os que defendem os cortes, mas não querem cortar na própria carne.

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“Em princípio, não há parto sem dor. Mas depois virão as compensações. Eu confio”, comentou.

Kátia Abreu lembrou que o país também depende do Congresso para fazer os ajustes e afirmou que os parlamentares têm feito a parte deles.

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“Na hora do voto, o Congresso não tem faltado ao Brasil”, defendeu.

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“Na democracia, quem diverge faz muito barulho. A oposição, certa ou errada, é muito importante para afirmar a democracia. A unanimidade é burra”, argumentou.

A ministra deixou o Brasil nesta segunda-feira para participar de reunião entre ministros da Agricultura de 34 países das Américas do Sul, Central e do Norte, promovida pelo governo mexicano e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

Na tarde de sexta-feira, havia surgido um rumor de que Levy havia redigido uma carta de demissão para apresentar à presidente. Esses rumores cresceram depois da pressão sobre o ministro aumentar, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de parlamentares do PT e de sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pedirem a demissão dele à presidente Dilma Rousseff.

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A pressão foi tamanha que o Ministério da Fazenda se viu obrigado a emitir um comunicado desmentindo seu pedido de demissão.

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“Ele não pediu demissão, não existe carta de demissão. Levy continua trabalhando e se esforçando pelo futuro do país”, declarou a assessoria do ministro na última sexta-feira.

*Estadão Conteúdo